Banner Portal
Reflexão sobre as estratégias de controle da anemia em gestantes no Brasil
PDF (Português (Brasil))

Palabras clave

Anemia por deficiência de ferro. Fortificação. Gestantes.

Cómo citar

MACHADO, Edna Helena da Silva; SZARFARC, Sophia Cornbluth; CYRILLO, Denise Cavallini; FUJIMORI, Elizabeth; COLLI, Célia. Reflexão sobre as estratégias de controle da anemia em gestantes no Brasil. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 17, n. 1, p. 104–112, 2015. DOI: 10.20396/san.v17i1.8634804. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8634804. Acesso em: 2 jul. 2024.

Resumen

Desde 1977, sanitaristas brasileiros estão preocupados com a anemia e suas conseqüências, especialmente entre gestantes. As perdas de capacidades físicas e mentais, dificilmente mensuráveis resultantes dessa má nutrição, implicam altos custos de tratamentos médicos e, principalmente, significativas perdas de capital humano. A fim de controlar esta deficiência, programas de intervenção foram introduzidos no país em 2004 e 2005: a fortificação com ferro das farinhas de trigo e milho e a suplementação profilática para crianças com sulfato ferroso. No entanto, a maioria das poucas avaliações disponíveis desses programas teve resultados inesperados: não houve redução da prevalência de anemia de gestantes atendidas à primeira consulta nos serviços públicos brasileiros, depois de dois anos de fortificação das farinhas com ferro. Este resultado está associado a dois fatores: 1) a baixa biodisponibilidade dos compostos de ferro usados 2) a baixa ingestão de produtos à base de farinha de trigo e de milho devido ao alto preço e/ou hábito alimentar. Os preços do trigo mostram uma tendência de aumento, o que conseqüentemente, levará a diminuição no seu consumo, principalmente entre a população de baixa renda. Uma das metas do Ministério da Saúde é avaliar constantemente as estratégias adotadas visando aperfeiçoar sua implementação, identificar possíveis causas de vieses e buscar alternativas para o controle da anemia e suas conseqüências que afetam tanto a produtividade individual como o desenvolvimento da nação como um todo.

https://doi.org/10.20396/san.v17i1.8634804
PDF (Português (Brasil))

Citas

. Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição. Seminário sobre Anemias Nutricionais no Brasil, Brasília 1977. Relatório final. Brasília: INAN/MS; 1977.

. International Nutritional Anemia Consultative Group (INACG). Guidelines for eradication of iron deficiency anemia: a report of the INACG. Washington, 1977.

. World Health Organization (WHO). The prevalence of anaemia in women: a tabulation of available information. Geneva; 1992.

. Allen l, Casterline-Sabel J. Prevalence and causes of nutritional anemias. In: Ramakrishnan U, editor. Nutritional anemias. Boca Raton: CRS; 2001. p. 7-21.

. Paiva AA, Rondó, PHC. Relationship between the iron status of pregnant women and their newborns. Rev Saúde Pública. 2007;41(3):321-7.

. Lozoff B, Beard J, Connor J, Barbara F, Georgieff M, Schallert T. Long-lasting neural and behavioral effects of iron deficiency in infancy. Nutr Rev. 2006;64(5 Pt 2):S34-43.

. Lozoff B, Jimenez E, Hagen J, Mollen E, Wolf AW. Poorer behavioral and developmental outcome more than 10 years after treatment for iron deficiency in infancy. Pedriatrics. 2000; 105(4):E51.

. Batista Filho M, Miglioli TC. Brasil - Problemas e Programas de Alimentação e Nutrição. In: Tirapegui J, de Angelis RC, editores. Fisiologia da nutrição humana: aspectos básicos, aplicados e funcionais. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2007. p.233- 246.

. Szarfarc SC. Histórico das políticas públicas para o controle da deficiência de ferro no Brasil. In: Braga JAP, Amancio OMS, Vitalle MSS. O ferro e a saúde das populações. São Paulo: Roca; 2006. p.200-12.

. World Health Organization (WHO). Prevention and management of severe anemia in pregnancy: report of technical working group. Geneva; 1991.

. US Preventive Services Task Forces (USPSTF). Routine iron supplementation during pregnancy: policy statement. JAMA. 1993; 270:2846-8.

. Vanucchi H, Freitas MLS, Szarfarc SC. Prevalência de anemias nutricionais no Brasil. Cad Nutr. 1992;4(1):7-26..

. Monteiro CA, Szarfarc SC, Brunken GS, Gross R, Conde WL. A prescrição semanal de sulfato ferroso pode ser altamente efetiva para reduzir níveis endêmicos de anemia na infância. Rev Brasil Epidemiol. 2002;5(1):71-83.

. Giorgini E, Fisberg M, De Paula RAC, Ferreira AMA, Valle J, Braga JAP. The use of sweet rolls fortified with iron bis-glycinate chelate in the prevention of iron deficiency anemia in preschool children. Arch Latinoam Nutr. 2001;51(1):48-53.

. Marchi RP, Szarfarc SC, Rodrigues JEFG. Consumo de arroz fortificado com ferro na profilaxia da deficiência do mineral. Nutrire. 2004;28:53-64.

. Brasil. Resolução RDC n 344, de 13 de dezembro de 2002. Regulamentos técnicos por assunto. Farinhas de trigo e/ou milho fortificadas com ferro [legislação na Internet]. Brasília; 2002. [citado 2008 out. 15]. Disponível em: http:/e-legis.bvs.br.

. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição (CGPAN). Programa Nacional de Suplementação de Ferro [texto na Internet] Brasília; 2009. [citado em 8 ago. 2009]. Disponível em: http://nutricao.saude.gov.br/ferro.php.

. World Health Organization (WHO). Iron deficiency anemia: assessment prevention and control. A guide for Programme Managers. Geneva: WHO; 2001.

. Trumbo P,Yates AA, Schliker S, Poss M. Dietary reference intakes: vitam A, vitamin K, arsenic, boron, chromium,copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. J Am Diet Ass 2001;101(3):294-301

. Brasil. Ministério da Saúde. Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Área de População e Sociedade. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher - PNDS 2006 [texto na Internet]. Brasília; 2006. [citado 2009 maio 10]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/index.php.

. Brasil. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Lei no 11.346. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN. Brasília; 2006. [citado em: 2009 abr.22 Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/9544 4/lei-11346-06.

. World Bank. Enriching Lives. Overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries. Washington, DC; 1994.

. Horton S, Ross J. The economics of Iron deficiency. Food Policy. 2003;28(1):51-75.

. Drake I, Bernztein R. Costo-beneficio de un programa preventivo y terapéutico para reducir la deficiencia de hierro en Argentina. Rev Panam Salud Publica. 2009;25(1):39-46.

. Brasil. Ministério da Saúde. Compromisso social para a redução da anemia por carência de ferro no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 1999. 9 p. [citado 15 jun 2005]. disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/comprom isso_social.pdf

. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição (CGPAN). Nutrição na Atenção Básica: compromisso para alcançar as metas de desenvolvimento do milênio. In: 11º Congresso Mundial de Saúde Pública; 2006 ago. 8; Rio de Janeiro, BR.

. Silva APR, Camargos CN. Fortificação de alimentos: instrumento eficaz no combate a anemia ferropriva? Comum Ciência Saúde. 2006;17(1):53-61.

. Colli C, Sigulem DM, Queiroz SS. Fortificando alimentos no Brasil. In: De Angelis RC, organizador. Fome oculta: impactos para a população no Brasil. São Paulo: Atheneu; 1999. p. 155 - 159.

. Brunken GS, Szarfarc SC. Anemia ferropriva em pré-escolares: consequências, formas de controle e histórico das políticas nacionais de redução da deficiência. Cad Nutr. 1999;17:1-19.

. Berg A. The nutrition factor: its role in national development. Washington (DC): Brookings Institution; 1973. The new foods; p. 107-18.

. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamento Familiar 2002- 2003 - Aquisição Alimentar per capita Anual, por Unidades da Federação, 2003 [texto na Internet]. [citado 2008 out. 15]. Disponível em: http:/www.ibge.gov.br.

. Food and Agriculture Organization. Food fortification: technology and quality control. Report of an FAO Technical Meeting; 1995 nov. 2-3; Rome. FAO Food Nutr Pap. 1996:601-2.

. Costa CA, Machado EHS, Colli C, Latorre WC, Szarfarc SC. Anemia em pré-escolares atendidos em creches de São Paulo (SP): perspectivas. decorrentes da fortificação das farinhas de trigo e de milho. Nutrire (SBAN). 2009;34:59-74.

. Queiroz AL, Szarfarc SC, Marchioni DML. A fortificação das farinhas de trigo e de milho no fornecimento de ferro para a merenda escolar. Nutrire (SBAN).2008; 33:63-73.

. Assunção MCF,Santos IS, Barros AJD, Gigante DP, Victora CG. Anemia em menores de seis anos: estudo de base populacional em Pelotas, RS. Rev Saúde Pública. 2007;41(3):328-35.

. Latorre WC. A percepção coletiva, pelo setor regulado, da resolução brasileira que determina a fortificação de farinhas de trigo com ferro e ácido fólico. [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2005.

. Ré MI, Fernandes FC. Produto à base de sulfato ferroso para fortificação de alimentos desidratados e método de preparação. Brasil patente. PI 0305871-9.

. Szarfarc S. Densidade de ferro biodisponível em uma dieta habitual no Estado de São Paulo. Rev Saúde Pública. 1993; 17(4):290-6.

. Klotz C, de Pee S, Thorne-Lyman A, Kraemer K, Bloem M. Nutrition in the perfect storm: why micronutrient malnutrition will be a widespread health consequence of high food prices. Sight and life magazine, 2: 6-13, 2008.

A revista Segurança Alimentar e Nutricional utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.