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Estado nutricional de adolescentes do sudoeste do Paraná, Brasil
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Palavras-chave

Estado nutricional. Indicadores socioeconômicos. Escolares. Adolescentes. Excesso de peso.

Como Citar

ROSSETTI, Francini Xavier; STOLARSKI, Marcia Cristina; SCHMIDT, Suely Teresinha. Estado nutricional de adolescentes do sudoeste do Paraná, Brasil. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 21, n. 2, p. 437–447, 2015. DOI: 10.20396/san.v21i2.8634473. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8634473. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

A adolescência é um período importante do desenvolvimento humano, uma vez que várias mudanças somáticas, psicológicas e sociais ocorrem visando estabelecer características do adulto. Existe consenso científico sobre a probabilidade de adolescentes obesos tornarem-se adultos obesos, com risco maior de associação a outras comorbidades, como hipertensão, dislipidemias e Diabetes Mellitus tipo 2. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado nutricional de adolescentes matriculados em escolas públicas estaduais em nove municípios do sudoeste do estado do Paraná (Brasil). A pesquisa foi do tipo transversal, envolvendo uma amostra de conveniência composta por 1.198 adolescentes com idade entre 10 e 19 anos. Os indicadores estabelecidos para avaliação do estado nutricional foram altura para idade e índice de massa corporal. Comparação de prevalência de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) por faixa etária e sexo foi realizada por meio do teste qui-quadrado, assumindo p<0,05 como nível de significância. Os testes de correlação de Pearson e de Spearman foram realizados para examinar a existência de associação entre indicadores socioeconômicos municipais (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, IDH-M, Índice de Pobreza Humana Municipal, IPH-M e Índice de Gini) e o estado nutricional dos adolescentes. A prevalência de excesso de peso foi de 18,3%; na faixa etária dos 10 aos 14 anos, 19,7% e entre os 15 e 19 anos, 13,6% (p=0,03). Entre os adolescentes do sexo masculino e feminino a prevalência de excesso de peso foi: de 20,2% e 16,7%, respectivamente (p=0,15). Foram descritos os níveis e tendências de excesso de peso segundo os indicadores socioeconômicos municipais, porém, não foram encontrados valores significativos. A investigação de um modelo conceitual que auxilie a compreensão dos determinantes do excesso de peso em adolescentes é de fundamental importância, objetivando contribuir para a apreensão do problema em níveis tanto populacionais como regionais e definir ações e políticas públicas voltadas para o controle e prevenção nesta fase da vida.
https://doi.org/10.20396/san.v21i2.8634473
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