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(In)Segurança alimentar e nutricional, autopercepção da saúde e uso de Agrotóxicos: o caso dos agricultores familiares de Ibiúna, São Paulo
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Palavras-chave

Equipamento de proteção individual. Agricultura familiar.

Como Citar

LUZ, Verônica Gronau; SIQUEIRA, Carlos Eduardo Gomes; LA-ROTTA, Ehideé Isabel Gomez; MIQUILIN, Isabella de Oliveira Campos; CORREA FILHO, Heleno Rodrigues. (In)Segurança alimentar e nutricional, autopercepção da saúde e uso de Agrotóxicos: o caso dos agricultores familiares de Ibiúna, São Paulo. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 22, n. 2, p. 729–741, 2015. DOI: 10.20396/san.v22i2.8642503. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8642503. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

A utilização de agrotóxicos nas lavouras brasileiras aumentou junto à elevação média anual de 25,3% das notificações de intoxicações ocupacionais. O objetivo do estudo foi descrever aspectos sociodemográficos, de trabalho, saúde, uso de pesticidas e sua relação com a Segurança Alimentar e Nutricional em 107 domicílios de agricultores familiares em Ibiúna, SP.Foi aplicado questionário sobre a produção agrícola, uso de agrotóxicos, dados de trabalho, além da Escala Brasileira de Segurança Alimentar e Nutricional.Foram encontrados 46% de insegurança alimentar (leve ou moderada), baixa escolaridade (70,1%) e baixa renda (67,2% recebiam até um salário mínimo per capita). A população amostrada em Ibiúna apresentou 29,0% de autopercepção de saúde de regular a ruim. Os agricultores utilizavam 55 tipos diferentes de pesticidas, com grande proporção daqueles que contém na sua composição Paraquat, Glifosato e 2,4D. O uso de EPIs foi negado por 14,7% e 46,1% relataram uso parcial.Os agricultores de Ibiúna utilizavam grande quantidade de agrotóxicos, comprometendo a qualidade dos alimentos produzidos e a garantia da SAN. O “uso seguro” foi considerado impraticável em locais de redução da produção de Alimentos Básicos.

https://doi.org/10.20396/san.v22i2.8642503
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