Banner Portal
Características morfológicas da planície de inundação do Rio Atibaia, entre Campinas e Jaguariúna, SP, Brasil
Camadas rítmicas da Formação Irati, Permiano da Bacia do Paraná
PDF

Palavras-chave

Rio Atibaia
Feições geomorfológicas
Planície aluvionar

Como Citar

MURARO, Luis Eduardo de Oliveira; PEREIRA, Sueli Yoshinaga; PEREIRA, Paulo Ricardo Brum. Características morfológicas da planície de inundação do Rio Atibaia, entre Campinas e Jaguariúna, SP, Brasil. Terrae Didatica, Campinas, SP, v. 15, p. e019029, 2019. DOI: 10.20396/td.v15i0.8655083. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8655083. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

As planícies aluvionares são ecossistemas situados próximos ao nível de base de cursos de água, onde vários ambientes se inter-relacionam. Elas são consideradas áreas de descarga do escoamento básico de rios, e resultados de processos de assoreamento de sedimentos e erosão do rio ao longo do Quaternário, e compreendem um sistema complexo e dinâmico, seja em relação às suas características físicas como biológicas. A ocupação urbana e periurbana nestes locais, classificam-nas como áreas de risco hidrológico, uma vez que cheias sazonais ou chuvas extremas impactam a comunidade residente. A planície do rio Atibaia é uma extensa área limítrofe com os municípios de Campinas, Jaguariúna e Paulínia situada na transição entre a Depressão Periférica e o Planalto Atlântico. Trata-se de uma área de cerca de 34 km2, onde o rio Atibaia corre encaixado nas fraturas e falhas do embasamento cristalino. A planície forma uma pequena bacia sedimentar, decorrente do afunilamento da calha por diabásios a jusante, e a montante por rochas gnáissicas. Ela apresenta dois terraços representativos de fases de formação da planície, paleomeandros e paleocanais, antigas barras de pontal e diques marginais. Pequenas elevações são encontradas ao longo das margens do rio e migrações de meandros recentes de sentido noroeste e sudeste foram registradas, uma vez que o rio se encontra meandrante nesta parte de seu curso. Os campos úmidos e bacias de decantação representam área com níveis aflorantes do aquífero freático, e áreas de baixios (na região mais baixa da planície) onde a água se acumula e escoa.

https://doi.org/10.20396/td.v15i0.8655083
PDF

Referências

Ab’Saber, A. N. (1970). Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas no Brasil. Orientação, São Paulo, n. 3, p. 45-48, 1967. [Republicado em Grandes paisagens brasileiras. São Paulo: Eca, 1970a; e como parte do artigo “Províncias geológicas e domínios morfoclimáticos no Brasil”. São Paulo, Geomorfologia, (20), 1-26.

Alexander, J.; & Marriot, S. B. (1999). Introduction. In: Marriot, S.; Alexander, J. (Eds.). Floodplains. Interdisciplinary approaches. Special publication, 163. Geological society of London, London, pp. 1-13 (Special Publication).

Almeida, F. F. M. de. (1964). Fundamentos geológicos do relevo paulista. Boletim do Instituto Geográfico e Geológico, vol. 1, 167-273.

Almeida, F. F. M. de. (2018). Fundamentos geológicos do relevo paulista. Revista do Instituto Geológico,39(3), 9-75. doi: https://doi.org/10.33958/revig.v39i3.600.

Bayer, M.; & Zancopé, M.H. de C. (2014). Ambientes sedimentares da planície aluvial do rio Araguaia. Revista Brasileira de Geomorfologia, 15(2), 203-220. doi: http://dx.doi.org/10.20502/rbg.v15i2.414.

Benson, C. & Clay E. J. (2003). Disasters, vulnerability and the global economy. In: Kreimer, A.; Arnold, M. (eds.). (2003). The future disaster risk: building safer cities. Disaster Risk Management Series n. 3, Washington, D.C. p. 3-32.

Brunke, M. & Gonser, T. (1997). The ecological significance of Exchange processes between rivers and groundwater. Freshwater Biology,37, 1-33.

Carneiro, C. D. R. (2018). Os fundamentos geológicos do relevo paulista nos dias atuais. São Paulo: Revista do Instituto Geológico,39(3), 1-8. doi: https://doi.org/10.33958/revig.v39i3.599.

Charlton, R. (2008). Fundamentals of fluvial geomorphology. London, UK: Ed. Routledge.

Christofoletti, A. (1980). Geomorfologia. (2 ed.). São Paulo, SP, Brasil: Ed. Blücher, 188p.

Prefeitura Municipal de Campinas (2011). Decreto no. 17.236 de 14 de janeiro de 2011. Dispõe sobre as medidas preventivas e interdição de imóveis localizados em áreas sujeitas a inundação, no município de Campinas, e dá outras providências. Diário Oficial, 15 de janeiro de 2011, no 10.058-Ano XLI, páginas 1 e 2.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [Embrapa Solos] (2018). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. (3ª ed. Revista e ampliada). Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Guirao, A.; Cisotto, M. F.; Barbosa, R. V. (2012). Vulnerabilidade por inundação na área de várzea do rio Atibaia no município de Campinas. Revista Geonorte. Ed. Esp., 3(4), 1380-1390. URL: www.periodicos.ufam.edu.br/revista-geonorte/article/view/2030/1904.

Hatton, T. & Evans, R. (1998). Dependence of ecosystems on groundwater and its significance to Australia. Occasional Paper 12/98. Land and Water Resources Research and Development Corporation. Camberra. URL: htpps://library.dbca.wa.gov.au/static/FullTextFiles/018743.pdf.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (1991). Manual técnico de geomorfologia. 181p. (2ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: IBGE.

Instituto Geológico [IG] (1993). Subsídios do meio físico-geológico ao planejamento do município de Campinas (SP), Instituto Geológico. Programa Cartas Geológicas e Geotécnicas para o planejamento ambiental na região entre Sorocaba e Campinas. São Paulo, Instituto Geológico. 3v.

Instituto Geológico [IG] (1995). Subsídios para o planejamento regional e urbano do meio físico na porção média da Bacia do Rio Piracicaba, SP. Programa Cartas Geológicas e Geotécnicas para o planejamento ambiental na região entre Sorocaba e Campinas. São Paulo, Instituto Geológico. 4v.

Instituto Geológico [IG] (2009). Mapa geológico do município de Campinas. Instituto Geológico, Volume II, Relatórios Técnicos. p. 127.

Leinz, V. & Amaral, S. E. do. (1995). Geologia do Brasil. São Paulo: Cia. Ed. Nacional.

Marriot, S. B. (2004). Floodplain. In: Goudie, A. S. (Ed.). (2004). Encyclopedia of Geomorphology (Vol.1, 381-384), London, UK: Routledge.

Menezes, D. J. (2018). Proposta metodológica para análise espaço-temporal de inundações: aplicação na área urbana de Alegrete, RS, Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS, Brasil.

Muraro, L. E. O., Pereira, S. Y., Pereira, P. R. B. (2016). O potencial de reservação de água subterrânea na planície de inundação do rio Atibaia, distrito de Barão Geraldo, Campinas, SP. Anais XIX Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Campinas, SP, Brasil. URL: https://aguassubterraneas.abas.org/asu-bterraneas/article/view/28795

Murray, B. R.; Zeppel, M. J. B.; Grant, C. H.; & Eamus, D. (2003). Groundwater-dependent ecosystems in Australia: it’s more than just water for rivers. Ecological Management and Restoration, vol. 4, issue 2, p. 110-113. doi: https://doi.org/10.1046/j1442-8903.2003.00144.x

Pellogia, A. U. G. (2005). A cidade, as vertentes e as várzeas: a transformação do relevo pela ação do homem no município de São Paulo. Revista do Departamento de Geografia, 16 (2005) 24-31. URL: www.revistas.usp.br/rdg/article/view/47281/51017

Pereira, P. H. V.; Pereira, S. Y.; Yoshinaga, A.; & Pereira, P. R. B. (2011). Nascentes: análise e discussão dos conceitos existentes. Fórum Ambiental da Alta Paulista, v.7, n.2, 2011. URL: https://www.amigos-danatureza.org.br/publicacoes/index.php/forum_ambiental/.../109

Pereira, S. Y. (1997). Proposta de representação cartográfica na avaliação hidrogeológica para o estudo de planejamento e meio ambiente, exemplo da Região Metropolitana de Campinas, SP. Tese de Doutorado, USP, São Paulo, Brasil.

Perez Fo., A.; Donzelli, J. L.; & Lepsch, I. F. (1980). Relação solos geomorfologia em várzea do rio Mogi Guaçu (SP). Revista Brasileira de Ciência do Solo, 4(3), 181-187.

Pinheiro, M. R. & Pires Neto, A. G. (2014). Reflexões sobre a gênese da Serra Geral e da Depressão Periférica Paulista: o exemplo da região da Serra de São Pedro e do baixo Piracicaba, SP. Revista do Instituto Geológico. V.15, no.1, SP. URL: ppegeo.igc.usp.br/index.php/rig/article/view/8957

Pires Neto, A. G. (1996). Estudo morfotectônico das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí e áreas adjacentes no Planalto Atlântico e Depressão Periférica. Rio Claro, SP. Proj. CNPq 150011/94-6, IGCE – UNESP.

Popp, J. H. (1998). Geologia Geral. (5ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: Record.

Riccomini, C. & Coimbra, A. M. (1993). Sedimentação em rios entrelaçados e anastomosados,. Boletim IG-USP, Instituto de Geociências. URL: http://www.revistas.usp.br/bigsd/article/viewFi-le/45350/48962

Rinaldi, M.; Gurnell, A. M.; González del Tánago, M.; Bussettini, M.; & Hendriks, D. (2016). Classification of river morphology and hydrology to support management and restoration. Aquat Sci 78:17-33.

Rocha, P. C. (2011). Sistemas rio-planície de inundação: geomorfologia e conectividade hidrodinâmica. Caderno Prudentino de Geografia, n.33, v.1, p50-67, jan./jul. 2011. URL: revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/1953.

Rodhe, M. M.; Ray, F.; & Howard, J. (2017). A global synthesis of managing groundwater dependent ecosystems under sustainable groundwater policy. Groundwater, 55(3), 293-301

Rosgen, D. L. (1994). A classification of natural rivers. Catena 22, 169-199.

Ross, J. (2005). Geografia do Brasil. 5ª ed. São Paulo: Universidade de São Paulo.

Serviço Geológico do Brasil [CPRM] (2013). Ação emergencial para reconhecimento de áreas e alto e muito alto risco a movimentos de massas e enchentes. Campinas, SP, maio de 2013, SP_CPS_SR_01_CPRM, Vale das Garças – Vila Holândia (CA-48-CA47). 1 p. URL: http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/20261

Serviço Geológico do Brasil [CPRM] (1974). Manual de geologia. URL: http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/4802.

Stanford, J. A. & Ward, J. V. (1993). Ecological connec-tivity in alluvial river ecosystems and its disruption by flow regulation. Regulated rivers: research & management, p.105-119, v. 2.

Storani, D. L.; & Perez Fo., A. (2015). Novas informações sobre geocronologia em níveis de baixo terraços fluviais do rio Mogi Guaçu, SP, Brasil. Revista Brasileira de Geomorfologia, 16(2), 191-199. doi: http://dx.doi.org/10.20502/rbg.v16i2.656.

Strick, R. J. P.; Ashworth, P. J.; Awcock, G.; & Lewin, J. (2018). Morphology and spacing of river meander scrolls. Geomorphology, 310, 57-68.

Suguio, K. (2003). Geologia sedimentar. São Paulo, SP: Blücher.

Tannus, J. L. S. & Assis, M. A. (2003). Composição de espécies vasculares de campo sujo e campo úmido em área de cerrado, Itirapina – SP, Brasil. Revista Brasil, 27, 489-506.

The World Bank. (2006). Groundwater Dependent Ecosystems, the challenge of balanced and adequate conservation. Briefing Note Series. Sustainable Groundwater Management. Concepts and Tools. GW-Mate. Note 15. URL: http://documents.worldbank.org/curated/en/407851468138596688/pdf/442960BRI0BOX31Jan0110200601public1.pdf.

Tucci, C. E. M. (2012). Gestão de inundações urbanas. Brasilia, DF: Ministério das Cidades, Governo Federal.

Vendrame, I. F. & Lopes W. A. B. (2015). Análise do crescimento urbano e seus efeitos na mudança da dinâmica de escoamento superficial da bacia do Pararangaba. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Goiânia, GO. URL: marte.sid.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.18.20.11/doc/2555.pdf.

Verstappen, H. T. (1983). Applied Geomorphology (Geo-morphological Surveys for Environmental Devel-opment). New York, USA: Elsevier.

Zancopé, M. H. C. (2008). Análise morfodinâmica do rio Mogi Guaçu. Tese de Doutorado, Campinas, SP, Brasil, Unicamp.

Zancopé, M. H. C. & Perez Fo., A. (2006). Consideração a respeito a distribuição das planícies aluviais do rio Mogi Guaçu. Revista Brasileira de Geomorfologia, 7(1), 65-71. doi: http://dx.doi.org/10.20502/rbg.v7i1.161.

Terrae Didatica utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Terrae Didatica, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.