Banner Portal
Etnografia: apenas método ou lógica de investigação em pesquisas brasileiras no campo do ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras?
Remoto

Palavras-chave

Pesquisa em ensino e aprendizagem de língua estrangeira. Etnografia como lógica de investigação. Pesquisa qualitativa

Como Citar

RODRIGUES-JÚNIOR, Adail Sebastião. Etnografia: apenas método ou lógica de investigação em pesquisas brasileiras no campo do ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras?. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 51, n. 1, p. 35–49, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645411. Acesso em: 17 ago. 2024.

Resumo

Este artigo exploratório coloca a seguinte questão: como tem sido usada a etnografia, como lógica de investigação, em pesquisas brasileiras no campo da Língua Inglesa como língua estrangeira (ILE)? Com o intuito de iniciar uma discussão nesse sentido, um corpus de trinta e sete resumos de dissertações de mestrado, disponível no Banco de Teses da CAPES, foi utilizado para investigar como a etnografia tem sido adotada como um procedimento orientador em pesquisas brasileiras nessa área. As palavras-chave ensino de línguas, etnografia e etnográfico(a) foram escolhidas para selecionar resumos que se relacionavam à etnografia e ao ensino de línguas, tanto como lógica de investigação, quanto ferramenta metodológica para coleta e análise de dados. Os resultados preliminares sugerem que a etnografia tem sido adotada mais como um instrumento para análise do que como lógica de investigação, fato que (i) explica os usos inadequados que mormente surgem das pesquisas nessa área do conhecimento e, consequentemente, (ii) mostra que a pesquisa em ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras deve preocupar-se em considerar desenhos metodológicos mais claros e específicos, no âmbito da Pesquisa Qualitativa

Abstract

This exploratory paper poses the following question: how has ethnography been used as logic of inquiry in English as a Foreign Language (EFL) research in Brazil? In order to start some discussion in this respect, a corpus comprised of thirty seven MA abstracts available at the online Bank of Theses of CAPES (Research and Graduate Teaching Support Coordination) was used to investigate how ethnography has been utilized as an orienting procedure in Brazilian research on EFL. The keywords language teaching, ethnography and ethnographic were chosen so as to select abstracts that were related to ethnography and language teaching, either as logic of inquiry, or as a methodological tool for collecting and analyzing data. The preliminary results have suggested that ethnography has mostly been adopted as an instrument for analysis rather than logic of inquiry, which (i) allows for the misunderstanding commonly arisen from research in this field of investigation and consequently (ii) points out that Foreign Language Teaching and Learning research should take into account more focused and clarified methodological designs under the umbrella of Qualitative Research.

Keywords: foreign language teaching and learning research; ethnography as logic of inquiry; qualitative research.

Remoto

Referências

ANDERSON-LEVITT, K. M. (2006) Ethnography. In: GREEN, J. L.; CAMILLI, G.; ELMORE, P. B. (org.). Handbook of complementary methods in education research. New Jersey, London: LEA, p.

-295.

ATHANASES, S. Z.; HEATH, S. B. (1995) Ethnography in the study of the teaching and learning of english. Research in the teaching of English, v. 29, n. 3, p. 263-87.

BROWN, J. D.; RODGERS, T. (2002) S. Doing second language research. Oxford: Oxford University Press.

CASTANHEIRA, M. L. (2000). Situating learning within collective possibilities: examining the discursive construction of opportunities for learning in the classroom. PhD dissertation. 493ff. University of California.

CASTANHEIRA, M. L. et alii. (2001) Interactional Ethnography: an approach to studying the social construction of literate practices. Linguistics and Education, v. 11, n. 4, p. 353-400.

CASTANHEIRA, M. L. et alii. (2006) Etnografia em educação no Brasil: o estado do conhecimento (1995-2004). Research project (CNPq n. 401529/2006-1).

CLIFFORD, J. (1998) A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ.

DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. (2005) Introduction: the discipline and practice of qualitative research. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. (Ed.). The Sage handbook of qualitative research. 3ed.

Thousand Oaks, London, New Delhi: Sage, p. 1-32.

FONSECA, C. (1999) Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica em educação. Revista Brasileira de Educação, v. 10, p. 8-78.

FRAKE, C. (1997) Plying frames can be dangerous: some reflections on methodological in cognitive anthropology. Quarterly Newsletter of the Institute for Comparative Human Development, v. 3, p. 1-7.

GEERTZ, C. (1989) A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.

GREEN, J. L.; DIXON, C. N.; ZAHARLICK, A. (2005) Ethnography as a logic of inquiry. In: FLOOD, J. D.; LAPP, J. R.; JENSEN, J. M. Jensen (Ed.). Methods of research on teaching the English language arts. New Jersey & London: LEA, p. 145-194.

GREEN, J. L.; BLOOME, D. (1997) Ethnography and ethnographers of and in education: a situated perspective. In: FLOOD, J.; HEATH, S. B.; LAPP, D. (Ed.). Handbook for literacy educators: research in the community and visual arts. New York: Macmillan, p. 181-202.

HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. (2004) An introduction to functional grammar. 3ed.

UK: Arnold.

HEATH, S. B. (1982) Ethnography in education: defining the essentials. In: GILLMORE, P.; GLATTHORN, A. (Ed.). Children in and out of school: ethnography and education. Washington, DC: Center for Applied Linguistics, p. 35-55.

_____. (1983) Ways with words: language, life, and work in communities and classrooms. Cambridge: Cambridge University Press.

PEIRANO, M. (1995) A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

RODRIGUES-JÚNIOR, A. S. (2007) Etnografia e ensino de línguas estrangeiras: uma análise exploratória de seu estado-da-arte no Brasil, Linguagem & Ensino, v. 10, n. 2, p. 527-552.

RODRIGUES-JÚNIOR, A. S.; PAIVA, V. L. M. O. (2009) Ethnography and complexity in SLA research. In: GONÇALVES, G. R. et alii. (Ed.). New challenges in language and literature. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG. p. 13-26.

SANJEK, R. (2002) Ethnography. In: BARNARD, A.; SPENCER, J. (Ed.). Encyclopedia of social and cultural Anthropology. New York, London: Routledge, p. 193-198.

SOLSKEN, J. (1992) Literacy, gender and work in families and in school. Norwood, NJ: Ablex.

SPRADLEY, J. P. (1979) The ethnographic interview. Australia: Wadsworth.

_____. (1980) Participant observation. Australia: Wadsworth.

TALBERT, C. (1973) Anthropological research models. Research in the Teaching of English, v. 7, p. 190- 211.

WATSON-GEGEO, K. A. (1988) Ethnography in ESL: defining the essentials. TESOL Quarterly, v.

, n. 4, p. 575-92.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.