Resumo
Neste texto, buscamos compreender a discursivização do resultado eleitoral de 2014. Para tanto, nos detemos na análise de discursividades que nascem atreladas à ideia de democracia por repercutirem o evento que marca o ápice da vida democrática e, também, porque põem em questão o papel de cada sujeito no funcionamento desse sistema. Nosso foco são práticas discursivas que põem em movimento discriminações e intolerâncias ao outro em função de um resulto eleitoral indesejado por uma parcela da população. Trata-se de um discurso que revela visões hierarquizadas e hierarquizantes da sociedade brasileira. Com essa leitura ancorada na teoria de Michel Pêcheux, observamos o discurso de ódio que emerge em meio a um processo de rejeição e de destituição da Presidenta eleita, processo esse que produz efeitos em cascata. São, pois, discursividades que tomam como alvo de ódio parte da população (os nordestinos), a Presidenta e, por fim, a democracia. Com seus desdobramentos e seu funcionamento, essas práticas discursivas atingem a dignidade de parte dos brasileiros.Referências
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