Resumo
Todo ecossistema natural comporta comunidades sustentáveis, que formam teias de interações complexas e auto-organizáveis. Tais modos de organização dessas interações do sistema em funcionamento são objetos de teorias ecológicas. Uma teoria do caos e complexidade é um exemplo de teoria ecológica que exclui as tentativas de redução dos componentes em partes isoladas e utiliza o paradigma de distinção-conjunção-muldimensionalização. Affordance é um conceito ecológico por descrever uma possibilidade de ação disponível em um nicho para um indivíduo. Neste trabalho, abordaremos sistemas complexos de comunidades de falantes de língua materna e de segunda língua ou língua estrangeira como objeto para pesquisar o aprendizado de línguas mediado pelo uso de mídias digitais e tecnológicas. A metodologia utilizada foi a revisão narrativa da literatura sobres teorias do caos/complexidade e affordance com aplicação a dois excertos extraídos do projeto de pesquisa Aprendendo com Memórias de Falantes e Aprendizes de Língua Estrangeira (AMFALE), em termos de affordances no aprendizado linguístico. Concluímos que é possível ampliar o entendimento de aprendizagem de línguas por meio da abordagem teórica ecológica que inclui inclusive as práticas pedagógicas e os materiais eletrônicos e digitais no processo de aprendizagem.
Referências
BARCELOS, Patrícia (2009). Cinema: Temas Contemporâneos: Imagens e Sons – A Construção de uma Linguagem. Salto para o Futuro: Cinema e Educação: Um Espaço em Aberto. Ano XIX, Nº 4, maio. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012190.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2022.
BORGES, Elaine Ferreira do Vale; PAIVA, Vera Lucia Menezes de Oliveira e (2011). Por uma abordagem complexa de ensino de línguas. Linguagem & Ensino: Pelotas, v. 14, n. 2, p. 337-356, jul./dez. Disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15396>. Acesso em: 15 de setembro de 2022.
BRAGA, Junia de Carvalho Fidelis; SOUZA, Valeska Virgínia Soares de (2016). As condições necessárias para a emergência complexa em jogos: um estudo sobre oportunidades de aprendizagem nessas práticas sociais. ReVEL – Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 14, n. 26/27, p. 304-330. Disponível em: <http://www.revel.inf.br/files/4ab851b264065dffefba26631bb80845.pdf>. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
BRANDÃO, Sílvia Figueiredo; VIEIRA, Sílvia Rodrigues (Orgs.) (2014). Ensino de gramática: descrição e uso. 2ª edição. São Paulo: Contexto.
CAPRA, Fritjof (1999). Ecoliteracy: The Challenge for Education in the Next Century. Liverpool Schumacher Lectures, March 20, 1999. Berkeley: Center for Ecoliteracy.
CORDEIRO, Alexander Magno et al (2007). Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 34, n. 6. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rcbc/a/CC6NRNtP3dKLgLPwcgmV6Gf/>. Acesso em: 30 de setembro de 2022.
DUARTE, Rosália (2002). Cinema & educação: refletindo sobre cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica.
GIBSON, James (1986). The ecological approach to visual perception. New Jersey; London: Lawrence Erlbaum Associates.
KUHN, Thomas S (1997). A estrutura das revoluções científicas. 5ª edição. São Paulo: Perspectiva.
MARTINS, Antônio Carlos Soares; BRAGA, Júnia de Carvalho Fidelis (2007). Caos, complexidade e linguística aplicada: diálogos transdisciplinares. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 215-235. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbla/a/brspjrdxNNVYDLcvmvgvZcH/>. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
MORIN, Edgar (2007). Introdução ao pensamento complexo. 3ª edição. Porto Alegre: Sulina.
PAIVA, Cláudio Cardoso de (2008). Elementos para uma Epistemologia da Cultura Midiática. Cultura Midiática: Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. Ano I, N° 01, julho a dezembro. Disponível em: <https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/cm/article/view/11622>. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
PAIVA, Vera Lucia Menezes de Oliveira e (2009). Caos, Complexidade e aquisição de segunda língua. In: PAIVA, Vera Lucia Menezes de Oliveira e; NASCIMENTO, Milton. (Org.). Sistemas adaptativos complexos: lingua(gem) e aprendizagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras/UFMG. p. 187-203.
PAIVA, Vera Lucia Menezes de Oliveira e (2011). Affordances for language learning beyond the classroom. In: BENSON, Phil; REINDERS, Hayo. Beyond the language classroom, p. 59-71.
PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. Autonomia e complexidade. Linguagem & Ensino, Vol. 9, N. 1, 2006, p. 77-127. Disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15628>. Acesso em: 15 de setembro de 2022.
SODRÉ, Muniz (2002). Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. Petrópolis, RJ: Vozes.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos (2009). Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14ª edição. São Paulo: Cortez.
VAN LIER, Leo. The ecology of language learning: Practice to theory, theory to practice. Procedia Social and Behavioral Sciences, vol. 3, p. 2–6, 2010. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877042810013790>. Acesso em: 25 de setembro de 2022.
WALDROP, M. Mitchell (1993). Complexity: the emerging science at the edge of order and chaos. New York: Touchstone.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2022). WHO Coronavirus Disease (COVID-19) Dashboard. Disponível em: <https://covid19.who.int>. Acesso em: 20 de novembro de 2023.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2023 Tiago Mendes de Oliveira, Geraldo Alves Lacerda