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Entre olhares e percepções
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Palavras-chave

Trabalho terceirizado
Esfera universitária
Subjetividade

Como Citar

ALANO, Natassia D’Agostin; PIRES JUNIOR, Humberto. Entre olhares e percepções: as vivências com a cultura escrita acadêmica por parte de uma trabalhadora terceirizada inserida em ambiente universitário. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 61, n. 1, p. 276–289, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8658974. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho tem como temática as vivências com a cultura [escrita] acadêmica por parte de um sujeito trabalhador de serviços gerais no âmbito da esfera universitária. Para a realização deste estudo, partimos de reflexões de Cerutti-Rizzatti, Pedralli e Tomazzoni (2016) com o objetivo de compreender o modo como esse sujeito-participante se inscreve na cultura escrita acadêmica, a partir da esfera laboral, e como ele assimila essa mesma cultura em diálogo com seus valores e crenças. Nossa busca por essa compreensão nos levou também a questões que envolvem as subjetividades do sujeito-participante. A partir da geração de dados, buscamos travar reflexões analíticas que partiram de dois campos epistemológicos: a perspectiva bakhtiniana (BAKHTIN, 2010 [1979], 2010 [1920-24]), visando compreender a relação dialógica dos sujeitos com a cultura acadêmica; e os estudos foucaultianos (FOUCAULT, 1995 [1982a], 2014 [1976]) com o propósito de compreender o aspecto político e institucional em tal contexto. Tratou-se de estudo de um caso (DUFF, 2012), a partir do qual utilizamos os seguintes instrumentos de análise: entrevista semiestruturada, observação participante, gravação em áudio, diário de campo e fotografias. A imersão em campo nos trouxe os seguintes questionamentos: como esse sujeito, imerso no contexto acadêmico, se relaciona com a esfera laboral? De que modo essa microanálise pode nos auxiliar a pensar as políticas linguísticas acadêmicas, no que se refere a práticas de inclusão e de “audibilidade/visibilidade” das vozes cotidianas?

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Referências

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