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O uso do "blackface" como prática pedagógica nos anos iniciais da Educação Básica
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Palavras-chave

Blackface. Lei 10.639/2003
Educação antirracista

Como Citar

SILVA, Andressa Queiroz da; ROCHA, Flávia Rodrigues Lima da; MARTINS, Wálisson Clister Lima. O uso do "blackface" como prática pedagógica nos anos iniciais da Educação Básica. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 61, n. 1, p. 148–162, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8662077. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre as práticas pedagógicas que utilizam o blackface de maneira equivocada na busca pela valorização da história e cultura afro-brasileira e africana. Para alcançar tal objetivo, utilizamos como aporte teórico Munanga (2008), Hall (2016), Souza (2011) e Silva (2014). A metodologia utilizada foi a análise qualitativa de entrevistas estruturadas e semiestruturadas com os professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Fundamental. Por fim, compreendeu-se que muitos professores não sabem do que trata o blackface, mesmo quando o praticam, o que é resultado de uma formação com currículo eurocêntrico que reproduz um discurso racista sem as devidas informações sobre as questões étnico-raciais. Sendo assim, práticas racistas com o intuito de promover igualdade racial nas escolas continuam a ser engendradas, “consumidas” por alunos e também reproduzidas por eles em um contínuo ciclo de repetição, cuja interrupção só será possibilitada com a efetivação de práticas antirracistas que estão em acordo com a Lei 10.639/2003 e suas Diretrizes Nacionais Curriculares (2004).

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Referências

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