Banner Portal
A língua coreana como recurso em famílias transnacionais
PDF

Palavras-chave

Migração transnacional
Ideologia linguística
Política linguística familiar
Língua coreana

Como Citar

GABAS, Tatiana Martins. A língua coreana como recurso em famílias transnacionais: tensões entre ideologias de linguagem. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 60, n. 2, p. 395–409, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8664688. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Com o intuito de contribuir para o debate sobre a intersecção entre linguagem, economia política e migração transnacional sul-coreana, este artigo tem por objetivo compreender o valor da língua coreana em famílias transnacionais residentes no Brasil. Partindo de entrevistas realizadas com quatro mães pertencentes a uma comunidade sul-coreana no interior de São Paulo, é focalizado o modo como as entrevistadas avaliam (a) as práticas linguísticas em coreano de seus filhos e (b) as estratégias por elas adotadas para o fortalecimento e ensino da língua coreana no ambiente familiar durante a residência no Brasil. A análise explora ideologias pós-nacionalistas (HELLER; DUCHÊNE, 2012) implicadas no valor que as mães atribuem ao coreano, o que aponta para possíveis relações de pertencimento no capitalismo recente. Além disso, na discussão, são assinaladas as ideologias de linguagem nacionalistas que atravessaram as práticas da pesquisadora, com a expectativa de que essa reflexão possa ampliar debates sobre ideologia linguística no campo aplicado de estudos da linguagem.

PDF

Referências

BLOCK, D. (2017). Political economy in applied linguistics research. Language Teaching, v. 50, n. 1, p. 32-64.

CHUN, J. J.; HAN, J. J. (2015). Language travels and global aspirations of Korean youth. Positions: East Asia cultures critique, v. 23, n. 3, p. 565-593.

CURDT-CHRISTIANSEN, X. L. (2018). Family language policy. In: TOLLEFSON, J. W.; PÉREZ-MILANS, M. (org.), The Oxford handbook of language policy and planning. New York: Oxford University Press, p. 420-441

FLICK, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed.

FOGLE, L. W.; KING, K. A. (2013). Child agency and language policy in transnational families. Issues in Applied Linguistics, v. 19, p. 1-25.

GABAS, T. M. (2016). O valor das línguas no mercado linguístico familiar: políticas e ideologias linguísticas em famílias sul-coreanas transplantadas. Dissertação de Mestrado em Linguística Aplicada. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas.

GABAS, T. M. (2018). Micropolíticas de expansão do português: mães gerenciadoras e difusoras de línguas. Linguagem em (Dis) curso, v. 18, n. 3, p. 785-803.

GAO, S.; PARK, J. S. Y. (2015). Space and language learning under the neoliberal economy. L2 Journal, v. 7, n. 3, p. 78-96.

HARVEY, D. (2005). Neoliberalismo: história e implicações. Tradução de Adail Sobral e Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola, 2008.

HELLER, M.; BOUTET, J. (2006). Vers de nouvelles formes de pouvoir langagier? Langue (s) et identité dans la nouvelle économie. Langage et société, n. 4, p. 5-16.

HELLER, M.; DUCHÊNE, A. (2012). Pride and profit: Changing discourses of language, capital and nation-state. In: DUCHÊNE, A.; HELLER, M. (org.), Language in late capitalism: Pride and profit. New York: Routledge, p. 1-21.

HELLER, M.; MCELHINNY, B. (2017). Language, capitalism, colonialism: Toward a critical history. University of Toronto Press.

HIRSCH, T.; LEE, J. S. (2018). Understanding the complexities of transnational family language policy. Journal of Multilingual and Multicultural Development, v. 39, n. 10, p. 882-894.

IRVINE, J. T. (1989). When talk isn't cheap: Language and political economy. American ethnologist, v. 16, n. 2, p. 248-267.

JALIL, S. A. (2018). Línguas, identidades culturais, migrações e narrativas: um estudo sobre falantes de árabe em Foz do Iguaçu. Tese de Doutorado em Linguística Aplicada. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas.

KANG, J.; ABELMANN, N. (2011). The domestication of South Korean pre-college study abroad in the first decade of the millennium. Journal of Korean Studies, v. 16, n. 1, p. 89-118.

KING, K. A. (2016). Language policy, multilingual encounters, and transnational families. Journal of Multilingual and Multicultural Development, v. 37, n. 7, p. 726-733.

KING, K. A.; FOGLE, L.; LOGAN‐ TERRY, A. (2008). Family language policy. Language and Linguistics Compass, v. 2, n. 5, p. 907-922.

LEVITT, P.; GLICK SCHILLER, N. (2004). Conceptualizing simultaneity: A transnational social field perspective on society. International migration review, v. 38, n. 3, p. 1002-1039.

MAHER, T. J. M. (2010). Políticas linguísticas e políticas de identidade: currículo e representações de professores indígenas na Amazônia Ocidental brasileira. Currículo sem Fronteiras, v.10, n.1, p.33-48.

MARCUSCHI, L. (1991). A análise da conversação. São Paulo: Átila.

MOITA LOPES, L. P. (org.). (2006). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola.

MOITA LOPES, L. P. (2013). Fotografias da linguística aplicada brasileira na modernidade recente. In: MOITA LOPES, L. P. (ed.) Linguística aplicada na modernidade recente: fetschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola/Cultura Inglesa, p. 15-38.

MOZZILLO, I.; SPINASSÉ, K. P. (2020). Políticas linguísticas familiares em contexto de línguas minoritárias. Revista Linguagem & Ensino, v. 23, n. 4, p. 1297-1316.

PARK, J. S. (2014). Cartographies of language: Making sense of mobility among Korean transmigrants in Singapore. Language & Communication 39, 2014, p. 83-91.

PARK, J. S.; ABELMANN, N. (2004). Class and cosmopolitan striving: Mother’s management of English education in South Korea. Anthropological Quarterly, v. 77, n. 4, p. 645-672.

PARK, J. S.; BAE, S. (2009). Language ideologies in educational migration: Korean jogi yuhak families in Singapore. Linguistics and Education, v. 20, n. 4, p. 366-377.

PARK, J. S.; LO, A. (2012). Transnational South Korea as a site for a sociolinguistics of globalization: Markets, timescales, neoliberalism. Journal of Sociolinguistics, v. 16, n. 2, p. 132-148.

PILLER, I.; CHO, J. (2013). Neoliberalism as language policy. Language in Society, v. 42, n.1, p. 23-44.

PORTES, A.; GUARNIZO, L. E.; LANDOLT, P. (1999). The study of transnationalism: Pitfalls and promise of an emergent research field. Ethnic and racial studies, v. 22, n. 2, p. 217-237.

SHIN, H.; PARK, J. S. (2016). Researching language and neoliberalism. Journal of Multilingual and Multicultural Development, v. 37, n. 5, p. 443-452.

SIGNORINI, I. (2018). Por que o estudo das interfaces do português do contemporâneo é relevante para o campo aplicado dos estudos de língua(gem). Linguagem em (Dis) curso, v. 18, n. 3, p. 665-672.

SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. C. (2004). Linguística aplicada e transdisciplinaridade: questões e perspectivas. Campinas: Mercado de Letras.

SILVA, D. N. (2015). 'A propósito de Linguística Aplicada' 30 anos depois: quatro truísmos correntes e quatro desafios. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, v. 31, n. especial, p. 349-376.

SONG, J. (2010). Language ideology and identity in transnational space: Globalization, migration, and bilingualism among Korean families in the USA. International Journal of Bilingual Education and Bilingualism, v. 13, n.1, p. 23-42.

SONG, J. (2017). Language socialization in Korean transnational communities. In: DUFF, P.; MAY, S. (eds.), Language Socialization. Encyclopedia of Language and Education. New York: Springer, p. 339-350.

SPOLSKY, B. (2009). Language management. Cambridge University Press, 2009.

SPOLSKY, B. (2012). Family language policy–the critical domain. Journal of Multilingual and Multicultural Development, v. 33, n. 1, p. 3-11.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Trabalhos em Linguística Aplicada

Downloads

Não há dados estatísticos.