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O Poder do Lógos e sua Dimensão Moral
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Palavras-chave

Moral. Pragmática. Sofistas.

Como Citar

EL-JAICK, Ana Paula Grillo; CARVALHO, Laís Lagreca de. O Poder do Lógos e sua Dimensão Moral. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 57, n. 2, p. 779–798, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8651514. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo enfatizar a força coercitiva existente na linguagem, a qual vem sendo elucidada desde a Antiguidade com os sofistas, como é possível visualizar com Górgias, mais especificamente no Elogio de Helena. A visão sofística sobre a linguagem pode ser considerada uma visão embrionária daquilo que veio a ser chamado de pragmática, e é possível ver essa relação, por exemplo, nos trabalhos do filósofo britânico John L. Austin, com destaque à sua teoria sobre os Atos de Fala (AUSTIN, 1990 [1955]). O poder do lógos deve ser pensado como algo capaz de mudar o estado de coisas em que uma dada situação se encontra, sendo necessário considerar a dimensão moral de seu uso, conforme Paveau (2015), uma vez que, através dele, mais do que dizemos, fazemos coisas. Nesse sentido, este trabalho parte de uma notícia a partir da qual é possível verificar o poder do discurso e suas consequências, que em alguns casos podem ser negativas. Ademais, mobilizaremos o conceito de “pós-verdade”, que vem ganhando espaço e sendo cada vez mais usado, relacionando-o com aquele poder do discurso sofístico e austiniano.

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Referências

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