Banner Portal
A variação nas terminologias pela perspectiva cognitiva: o caso da fauna e da flora
PDF

Palavras-chave

Terminologia
Variação
Variação denominativa
Fauna e flora

Como Citar

MARTINS, Sabrina de Cássia. A variação nas terminologias pela perspectiva cognitiva: o caso da fauna e da flora. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 61, n. 1, p. 60–70, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8667801. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

A virada do século traz à tona o consenso de que as terminologias refletem a dinamicidade e a complexidade que envolve a estruturação do sistema conceitual, além das particularidades de conceituação associadas à língua, à cultura e ao grupo sócio-profissional. A concepção de que as unidades lexicais especializadas são signos linguísticos e, portanto, componentes do léxico de uma língua natural implica no reconhecimento de que tais itens estão sujeitos aos mesmos fatores que atuam na formação das palavras que permeiam os discursos cotidianos (CABRÉ, 1999). O presente estudo aborda a terminologia da fauna (Zoologia - Vertebrados) e da flora (Botânica - Angiospermas), cujos dados derivam de pesquisas anteriores (MARTINS, 2013; 2017) que examinaram a denominação em língua portuguesa de aproximadamente duzentas espécies. Com efeito, em tal área do conhecimento, paralelamente aos nomes científicos coexistem as formas semicientíficas, adaptadas à língua vernácula, e as formas vernáculas, isto é, nomes comuns variáveis de acordo com as línguas e que representam a riqueza vocabular de cada cultura (GARRIDO, 2000). No que tange às formas vernáculas, essas são aqui categorizadas como variantes denominativas (FREIXA, 2002; 2005), segundo a Teoria Comunicativa da Terminologia (CABRÉ, 1999), para a qual o fenômeno da variação é um dos princípios inerentes à análise dos termos. Em suma, a formação da terminologia em apreço revela os diferentes pontos de vista aos quais os animais e as plantas podem ser submetidos, decorrendo portanto de fatores internos ao ser humano, isto é, psico-cognitivos, e contribuindo para o conceito de variantes denominativas com consequências cognitivas (CABRÉ, 2003;2008; FERNÁNDEZ-SILVA, 2010; 2013).

 

PDF

Referências

ARCAINI, E (1991). Analisi linguistica e traduzione. Bologna: Pàtron.

BACH, C.; SUÁREZ, M. M. (2002). La variación denominativo-conceptual en la traducción científico-técnica: el papel de la reformulación. In: CHABÁS, J. et al. (Ed.). Translating Science: Proceedings: 2nd International Conference on Specialized Translation. Barcelona: PPU, p. 119-127. BERLIN, B.; KAY, P. (1969). Basic Color Terms: Their Universality and Evolution. Berkeley & Los Angeles: University of California Press.

CABRÉ, M. T. (2008a). El principio de poliedricidad: la articulación de lo discursivo, lo cognitivo y lo lingüístico en Terminología. Pt. 1. Ibérica, Castelló de la Plana, v. 16, p. 9-36.

CABRÉ, M. T. (2008b).De la rigidez a la flexibilidad en la concepción de la terminología: el papel de la lingüística. In: DINS CASAS GÓMEZ, M.; RODRÍGUEZ-PIÑERO ALCALÁ, I. (Ed.). X Jornadas de Lingüística. Cádiz: Universidad de Cádiz, Servicio de Publicaciones, p. 89-108.

CABRÉ, M. T. (2003). Teorias de la Terminología: de la prescripción a la descripción. In: ADAMO, G.; DELLA VALLE, V. (Ed.). Innovazione lessicale e terminologie specialistiche. Florencia: Leo S. Olschki, p. 168-188. (Serie Lessico Intellettuale Europeo, v. 92).

CABRÉ, M. T. (1999). La Terminologia: representación y comunicación: elementos para una teoría de base comunicativa y otros artículos. Barcelona: Universitat Pompeu Fabra.

CARVALHO, C.T. de. (1979). Dicionário dos mamíferos do Brasil. 2.ed. rev. São Paulo: Nobel.

CIAPUSCIO, G. E. (2003). Textos especializados y terminología. Barcelona: Institut Universitari de Linguística Aplicada, Universitat Pompeu Fabra.

FERNÁNDEZ-SILVA, S. (2013). Variación denominativa y punto de vista. Debate Terminológico, n. 9, p. 11-37.

FERNÁNDEZ-SILVA, S. (2010). Variación terminológica y cognición: factores cognitivos en la denominación del concepto especializado. 2010. 370 f. Tesi Doctoral. Institut Universitari de Linguística Aplicada, Universitat Pompeu Fabra, Barcelona. Disponível em: <http://www.tdx.cat/ handle/10803/22638>. Acesso em: 20 Out. 2015.

CORRÊA, M. P. (1926). Diccionario das plantas uteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Impr. Nacional.

CRUZ, G. L. da. (1979). Dicionário das plantas úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

FERREIRA, A. B. H. (2010). Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. versão 7.0. 5.ed. Curitiba: Positivo Informática LTDA. 1 CD-ROM

FREIXA, J. (2005). Variación terminológica: ¿por qué y para qué? Meta: Journal des traducteurs, Montréal, v. 50, n. 4, p. 00-00.

FREIXA, J. (2002). La variació terminològica: anàlisi de la variació denominativa en textos de diferent grau d’especialització de l’àrea de medi ambient. 2002. 569 f. Tesi Doctoral (Doctorat en Variació en el Llenguatge)- Departament de Filologia Catalana, Universitat de Barcelona, Barcelona. Disponível em: <http://www.tdx.cat/handle/10803/1677>. Acesso em: 20 Out. 2015.

FREIXA, J.; KOSTINA, I. CABRÉ, M. T. (2002). La variación terminológica en las aplicaciones terminográficas. In: SIMPOSIO IBEROAMERICANO DE TERMINOLOGÍA, 8., 2002, Cartagena de Indias. Actas... Cartagena de Indias: [s.n.]. 1 CD-ROM. p. 00-00.

GARRIDO, C. (2000). Traducción de los nombres vernáculos ingleses de animales en los textos de divulgación científica. In. BEEBY, A.; ENSINGER, D.; PRESAL, M. Investigating Translation. Amsterdam: J. Benjamins, p. 251-260.

HOUAISS, A. (2009). Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 1.0. Rio de Janeiro: Editora Objetiva. 1 CD-ROM

MARTINS, S. C.(2017). Proposta de uma base de conhecimento multilíngue online de expressões cromáticas da fauna e da flora. 2017. 419 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto.

MARTINS, S. C. (2013). Dicionário onomasiológico de expressões cromáticas da fauna e flora. 2013. 220 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos)-Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto.

PEREIRA, A.B.; PUTZKE, J. (2010). Dicionário brasileiro de botânica. Curitiba: Editora CRV.

TIERNO, J.C. (1954). Dicionário zoológico: contendo, por ordem inversa, todos os termos registrados nos dicionários mais correntes da língua portuguesa. Lisboa: Tertulia Edipica.

ZAVAGLIA, C. (1996).Os cromônimos no italiano e no português do Brasil: uma análise comparativa. São Paulo, 1996. 264f. Dissertação. (Mestrado em Língua e Literatura Italiana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

ZAVAGLIA, C. (2006). Dicionário e Cores. Alfa. São Paulo, v.50, n.2, p.25-41.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Trabalhos em Linguística Aplicada

Downloads

Não há dados estatísticos.