Banner Portal
De resistências à aprendizagem da língua inglesa
Remoto

Palavras-chave

Estudantes de Letras. Língua inglesa. Hegemonia. Resistência

Como Citar

PESSOA, Rosane Rocha; PINTO, Joana Plaza. De resistências à aprendizagem da língua inglesa. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 52, n. 1, p. 31–51, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645384. Acesso em: 17 ago. 2024.

Resumo

Este trabalho analisa narrativas sobre o contexto e as razões de desistência do estudo do inglês como língua estrangeira, especificamente entre estudantes e professoras/es da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. O objetivo é compreender os significados culturais e as práticas identitárias das/os participantes em relação ao papel hegemônico do inglês como língua estrangeira no Brasil. Os resultados mostram que a desistência ocorreu em diferentes contextos educacionais e que a dificuldade com a língua inglesa é vista como limitação individual, reforçando a noção de aprendizado focado no indivíduo, nesses casos narrados como fracassados. Há ainda identificações antagônicas e aparentemente contraditórias sobre a construção da língua inglesa no mundo hoje. A partir da noção de habitus, aponta-se que as narrativas sobre o inglês legitimam o lugar de autoridade dessa língua

ABSTRACT

This paper analyses narratives of students and teachers from the Faculdade de Letras at the Universidade Federal de Goiás concerning the time and the reasons why they gave up studying English as a foreign language. It is aimed at understanding the college cultural meanings and identity practices with respect to the hegemonic role of English as a foreign language in Brazil. The research shows that the participants gave up studying English in different educational contexts and that the difficulty with English is seen as an individual limitation, reinforcing the notion of learning focused on the individual, in this case narrated as unsuccessful. Besides, it indicates that they disapprove of English and produce apparently contradictory narratives about the English language construction in the world today. Based on the notion of habitus, it is claimed that the narratives about English legitimize the place of authority of this language.

Keywords: students of Letras; English language; hegemony; resistance

Remoto

Referências

AISSA, J. C. (2009). O ensino de literatura de língua inglesa e de inglês como língua estrangeira em cursos de letras: conflito de incompatibilidade? In: II Congresso Internacional da APRAPUI, 2009, São José do Rio Preto, SP. Anais (CD).

ANZALDÚA, G. (1999). Borderlands/ La Frontera. 2ª ed. San Francisco: Aunt Lute Books.

ASSIS-PETERSON, A. A.; COX, M. I. P. (2007). Inglês em tempos de globalização: para além de bem e mal. Calidoscópio, v. 5, n. 1, p. 15-14, jan./abr.

BARCELOS, A. M. F. (1995). A cultura de aprender língua estrangeira (inglês) de alunos formandos de Letras. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas.

BARCELOS, A. M. F.; BATISTA, F. S.; ANDRADE, J. C. (2004). Ser professor de inglês: crenças, expectativas e dificuldades dos alunos de Letras. In: Vieira Abrahão, M.

H. (org.). Prática de ensino de língua estrangeira: experiências e reflexões. Campinas: Pontes, p.

-29.

BARCELOS, A. M. F. (1999). A cultura de aprender línguas [inglês] de alunos do curso de Letras. In: Almeida Filho, J. P. C. (org.). O professor de língua estrangeira em formação.

Campinas: Pontes, p. 157-177.

BASSO, E. A. (2006). Quando a crença faz a diferença. In: Barcelos, A. M. F.; Vieira Abrahão, M. H. (org.). Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. Campinas: Pontes, p. 65-85.

BLOMMAERT, J. (2005) Discourse: a critical introduction. Cambridge: Cambridge University Press.

BORGES, T. D.; LAGO, N. A. do; FERNANDES, A. E. de P. (2009) Aprender inglês é “amar a nova língua”: investigando as crenças de alunos formandos de letras (inglês).

In: II Congresso Internacional da APRAPUI, 2009, São José do Rio Preto, SP. Anais (CD), São José do Rio Preto, SP.

BOURDIEU, P. (1973). Cultural reproduction and social reproduction. In: Brown, R. (ed.).

Knowledge, education and cultural change. London: Tavistock, p. 71-112.

_______. (1996). A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. Trad. Sérgio Miceli et al.

São Paulo: USP. (Clássicos, 4).

CASTRO, S. T. R. de. (2001). Formação da competência do futuro professor de inglês. In: Leffa, V. J. (org.). O professor de línguas estrangeiras: construindo a profissão. Pelotas: Educat, p. 293-306.

CELANI, M. A. A. (2001). Ensino de línguas estrangeiras: ocupação ou profissão? In: Leffa, V. J. (org.). O professor de línguas estrangeiras: construindo a profissão. Pelotas: Educat, p.

-40.

_______. (2003). Um programa de formação contínua. In: CELANI, M. A. A. (org.).

Professores formadores em mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente.

São Paulo: Mercado de Letras, p. 19-35.

CHARLOT, B. (2000). Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed.

COELHO, H. S. H. (2006). “É possível aprender inglês na escola?” Crenças de professores sobre o ensino de inglês em escolas públicas. In: Barcelos, A. M. F.; Vieira Abrahão, M. H. (org.). Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores.

Campinas: Pontes, p. 125-143.

COX, M. I. P.; ASSIS-PETERSON, A. A. (2008). O drama do ensino de inglês na escola pública brasileira. In: Assis-Peterson, A. A. (org.). Línguas estrangeiras: para além do método. Cuiabá: EdUFMT, p. 19-54.

GIMENEZ, T. (2004). Tornando-se professores de inglês: experiências de formação inicial em um curso de Letras. In: VIEIRA ABRAHÃO, M. H. (org.). Prática de ensino de língua estrangeira: experiências e reflexões. Campinas: Pontes, p. 171-187.

HOOKS, b. (1994). Teaching to transgress: education as the practice of freedom. New York: Routledge.

LACOSTE, Y. (2005). Por uma abordagem geopolítica da difusão do inglês. In: Lacoste, Y.; Rajagopalan, K. (org.). A geopolítica do inglês. Trad. Marcos Marciolino. São Paulo: Parábola Editorial, p. 7-11.

LEFFA, V. J. (2001). Aspectos políticos da formação do professor de língua estrangeira.

In: LEFFA, V. J. (org.). O professor de línguas estrangeiras: construindo a profissão. Pelotas: Educat, p. 333-355.

LIN, A. M. Y. (1999). Doing English lessons in the reproduction or transformation of social worlds? TESOL Quarterly, v. 33, n. 3, p. 393-412.

MASTRELLA, M. R. (2007). Inglês como língua estrangeira: entre o desejo do domínio e a luta contra a exclusão. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) – Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística, UFG, Goiânia.

MELLO, H. A. B. de; REES, D. K.; TELES-BOTTER, G. A.; PESSOA, R. R. (1996). A opção por habilitação no curso de Letras. In: I Encontro de Política de Ensino de Línguas Estrangeiras, 1996, Florianópolis, SC. Anais, Florianópolis, SC.

MIGNOLO, W. D. (2003). Histórias locais / Projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Trad. Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Editora da UFMG.

MOITA LOPES, L. P. da. (2003). A nova ordem mundial, os parâmetros curriculares nacionais e o ensino de inglês no Brasil: a base intelectual para uma ação política. In: Barbara, L.; Ramos, R. de C. G. (org.). Reflexão e ações no ensino-aprendizagem de línguas.

São Paulo: Mercado de Letras, p. 29-57.

OLIVEIRA, E.; MOTA, I. O. (2003). O ensino de língua inglesa na educação básica: entre a “qualidade” dos cursos de idioma de iniciativa privada e o silenciamento das escolas públicas estaduais paulistas. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 42, p. 125-134.

ORTIZ, R. (2004). As ciências sociais e o inglês. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 19, n.

, p. 5-23.

_______. (2006). Mundialização: saberes e crenças. São Paulo: Brasiliense.

PENNYCOOK, A. (2007). The myth of English as an international language. In: Makoni, Sinfree; Pennycook, A. (ed.). Disinventing and reconstituting languages. Clevedon: Multilingual Matters, p. 90-115.

PESSOA, R. R.; SEBBA, M. A. Y.; GOMES, V. M. de A. (2009) A formação do professor de inglês nas grades curriculares anual e semestral do curso de Letras da UFG. Signótica, v. 21, n. 2, p. 417-447, jul./dez.

RAJAGOPALAN, K. (2001). The politics of language and the concept of linguistic identity.

CAUCE, Revista de Filología y su Didáctica, n. 24, p. 17-28.

VIEIRA ABRAHÃO, M. H.; PAIVA, V. L. M. O. (2000) Repensando o curso de Letras: habilitação em língua estrangeira. In: Leffa, V. J. [Compilador]. TELA [Textos em Linguística Aplicada] [CD-ROM]. Pelotas: Educat.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.