Banner Portal
Competência em tradução e línguas de sinais: a modalidade gestual-visual e suas implicações para uma possível competência tradutória intermodal
PDF

Palavras-chave

Tradução. Competência tradutória. Língua de sinais.

Como Citar

RODRIGUES, Carlos Henrique. Competência em tradução e línguas de sinais: a modalidade gestual-visual e suas implicações para uma possível competência tradutória intermodal. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 57, n. 1, p. 287–318, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8651578. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Neste artigo, oferecemos uma primeira reflexão sobre as prováveis implicações da modalidade de língua, no caso a gestual-visual, sobre a noção e a modelagem da competência tradutória. Para tanto, realizamos uma breve revisão de algumas definições e modelos de competência tradutória e apresentamos as características das línguas de modalidade gestual-visual, bem como seus impactos sobre a atuação dos tradutores/intérpretes de línguas de sinais. Vimos que considerar a modalidade gestual-visual na definição e modelagem da competência tradutória é uma questão extremamente complexa. Entretanto é, ao mesmo tempo, relevante, já que as investigações nesse âmbito podem contribuir significativamente à melhor compreensão do que constituiria uma competência tradutória “universal” e, mais estritamente, do que comporia a competência dos tradutores e dos intérpretes de línguas de sinais. Concluímos que a competência requerida dos tradutores e intérpretes de línguas de sinais é marcada por certa capacidade corporal cinestésica, diretamente ligada à competência linguística e à competência comunicativa. E, portanto, poderia ser concebida como uma competência tradutória intermodal. 

PDF

Referências

ALVES, F. (1996). Veio-me um ‘click’ na cabeça: The theoretical foundations and the design of a psycholinguistically oriented, empirical investigation on German-Portuguese translation process. Meta, Montreal, v. 41, n. 1, pp. 33-44, mar. 1996. Disponível em: https://www.erudit.org/en/journals/meta/1996-v41-n1-meta180/001881ar.pdf. Acesso em 10 ago. 2017.

ALVES, F. (2005a). Ritmo Cognitivo, meta reflexão e experiência: parâmetro de análise processual no desempenho de tradutores novatos e experientes. In: ALVES, F., MAGALHÃES, C., PAGANO, A. (Orgs.) Competência em Tradução: cognição e discurso. Belo Horizonte: Editora UFMG, pp.109-172.

ALVES, F. (2005b). Esforço cognitivo e efeito contextual em tradução: relevância no desempenho de tradutores novatos e expertos. Revista Linguagem em (Dis)curso – LemD, Tubarão, v.5, pp.11-31, (número especial). Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/278. Acesso em 26 ago. 2017.

ALVES, F. (2015). Bases epistemológicas e paradigmáticas para pesquisas empírico-experimentais sobre competência tradutória: uma reflexão crítica. D.E.L.T.A., 31-especial, pp.283-315. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502015000300012&lng=en&nrm=iso. Acesso em 10 Jun. 2017.

ALVES, F., GONÇALVES, J. L. V. R. (2003). A relevance-theoretic oriented approach to the investigation of inferential processes in translation. In: ALVES, F. (Ed.). Triangulating translation: perspectives in process oriented research, Amsterdam: John Benjamins, v.45, pp.3-24.

ALVES, F.; GONÇALVES, J. L. V. R. (2007). Modelling translator’s competence: relevance and expertise under scrutiny. In: GAMBIER, Y.; SCHELENSIGER; M.; STOLZE, R. (Eds.). Translation studies: doubts and directions. Amsterdam: John Benjamins, pp.41-55.

ALVES, F.; MAGALHÃES, C.; PAGANO, A. (2000). Traduzir com autonomia: estratégias para o tradutor em formação. São Paulo: Contexto.

ALVES, F.; MAGALHÃES, C. (2004). Using small corpora to tap and map the process product interface in translation. TradTerm, v. 10, n. 1, pp. 179-212. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/tradterm/article/view/47162. Acesso em 20 jul. 2017. doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2004.47162.

BASQUE, J. (2015). Le concept de compétences: Quelques définitions. Montréal, Canada: Projet MAPES (Modélisation de l'approche-programme en enseignement supérieur), Réseau de l’Université du Québec. Accessible en ligne sur le Portail de soutien à la pédagogie universitaire du réseau de l’Université du Québec. Disponível em: http://pedagogie.uquebec.ca. Acesso em 25 de nov. de 2017.

BELL, R. T. (1991). Translation and Translating. London/New York: Longman.

BRITO, L. F. (1995). Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

COSTELLO, B. D. N. (2015). Language and modality: Effects of the use of space in the agreement system of Lengua de Signos Española (Spanish Sign Language). Tese de Doutorado. University of Amsterdam and University of the Basque Country. Disponível em: https://pure.uva.nl/ws/files/2569681/168517_Brendan_Costello_thesis_complete.pdf. Acesso em 10 jun. 2016.

ELMAN, J. et al. (1996). Rethinking innateness: a connectionist perspective on development. Cambridge: MIT.

GONÇALVES, J. L. V. R. (2005). O desenvolvimento da competência do tradutor: em busca de parâmetros cognitivos. In: ALVES, F., MAGALHÃES, C., PAGANO, A. (Eds.) Competência em tradução: cognição e discurso, Belo Horizonte: Editora da UFMG, pp.59-90.

GONÇALVES, J. L. V. R. (2008). Rediscutindo o conceito de competência de uma perspectiva relevantista. In: CAMPOS, J.; RAUEN, F. J. (Orgs.). Tópicos em Teoria da Relevância. Porto Alegre: EDIPUCRS, pp. 122-142.

GUTT, E. A. (2000). Translation and relevance: cognition and context. (ed. aum. rev.) Manchester: Saint Jerome.

HATIM, B.; MASON, I. (1997). The Translator as Communicator. London/New York: Routledge.

HOHENBERGER, A.; HAPP, D.; LEUNINGER, H. (2004). Modality-dependent aspects of sign language production: evidence from slips of the hands and their repairs in German Sign Language. In: MEIER, R. P; CORMIER, K.; QUINTO-POZOS, D. Modality and structure in signed and spoken languages. Cambridge: Cambridge University Press, pp.112-142.

HURTADO ALBIR, A. (2005). A aquisição da competência tradutória: aspectos teóricos e didáticos. In: PAGANO, A.; MAGALHÃES, C.; ALVES. F. (Org.). Competência em tradução: cognição e discurso. Belo Horizonte: UFMG, pp.19-57.

HURTADO ALBIR, A. (Ed.) (2017). Researching Translation Competence by PACTE Group. Amsterdam/ Philadelphia: John Benjamins Publishing Company.

KELLY, D. (2002). Un modelo de competencia traductora: bases para el diseño curricular, Puentes, 1, p. 9-20. Disponível em: http://wpd.ugr.es/~greti/revista-puentes/pub1/02-Kelly.pdf. Acesso em 15 de out. 2017.

KEY CONCEPTS. (2009). In: MUNDAY, J. (Ed.). The Routledge Companion to Translation Studies. Ed. rev. NewYork: Routledge, pp.166-240.

KLIMA, E.; BELLUGI, U. (1979). The Signs of Language. Cambridge: Harward University Press.

LOURENÇO, G. (2015). Investigando a produção de construções de interface sintático-gestual na interpretação simultânea intermodal. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 35, n. 2, p. 319-353, out. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175-7968.2015v35nesp2p319/30774. Acesso em 27 mai. 2016.

MALMKJÆR, K. (2009). What is translation competence?, Revue française de linguistique appliquée, 2009/1, v. XIV, pp. 121-134. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-francaise-de-linguistiqueappliquee-2009-1-page-121.htm. Acesso em 10 dez. 2017.

MCBURNEY, S. L. (2004). Pronominal reference in signed and spoken language: are grammatical categories modality-dependent? In: MEIER, R. P; CORMIER, K.; QUINTO-POZOS, D. Modality and structure in signed and spoken languages. Cambridge: Cambridge University Press, pp.329-369.

MEIER, R. P. (2004). Why different, why the same? explaining effects and non-effects of modality upon linguistic structure in sign and speech. In: MEIER, R. P; CORMIER, K.; QUINTO-POZOS, D. Modality and structure in signed and spoken languages. Cambridge: Cambridge University Press, pp.1-25.

MEIER, R. P; CORMIER, K.; QUINTO-POZOS, D. (2004) Modality and structure in signed and spoken languages. Cambridge: Cambridge University Press.

METZGER, M.; QUADROS, R. M. (2012). Cognitive Control in Intermodal Bilingual Interpreters. In: QUADROS, R. M.; FLEETWOOD, E.; METZGER, M. Signed Language Interpreting in Brazil. Washington D.C.: Gallaudet University Press, pp. 43-56.

NEUBERT, A. (2000). Competence in language, in languages, and in translation. In: SCHÄFFNER, C.; ADAB, B. (Eds.). Developing Translation Competence. Amsterdam/ Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, pp.3-18.

NOGUEIRA, T. C. (2016). Intérpretes de libras-português no contexto de conferência: uma descrição do trabalho em equipe e as formas de apoio na cabine. In: Anais - V Congresso Nacional de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa. Florianópolis: PGET-UFSC, pp. 01-17. Disponível em: http://www.congressotils.com.br/anais/2016/3334.pdf. Acesso em 02 de set. 2017.

PACTE. (2001). La competencia traductora y su adquisición. Quaderns. Revista de Traducció, n. 6, pp.39-45.

PACTE. (2003). Building a translation competence model. In: ALVES, F. (Ed.). Triangulating translation: perspectives in process oriented research. Amsterdam: John Benjamins, pp.43-66.

PADDEN, C. A. (2000). Simultaneous Interpreting across modalities. Interpreting. n.5, v.2, 2000/01, pp.169-185.

PYM, A. (2003). Redefining Translation Competence in an Electronic Age. In Defence of a Minimalist Approach. Meta: Translators’ Journal, v. 48, n. 4, pp. 481-497

QUER, J. et al. (2017). SignGram Blueprint: A Guide to Sign Language Grammar Writing. Berlin/Boston: De Gruyter Mouton.

QUADROS, R. M. (2006). Efeitos de Modalidade de Língua: as Línguas de Sinais. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v.7, n.2, p.168-178, jun. 2006. Disponível em: http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/801. Acesso em 15 dez. 2015.

QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. (2004). Língua de Sinais Brasileira: estudos lingüísticos. Porto Alegre: ARTMED.

QUADROS, R. M.; SOUZA, S. X. (2008). Aspectos da tradução/ encenação na língua de sinais brasileira para um ambiente virtual de ensino: práticas tradutórias do curso de Letras Libras. In: QUADROS, R. M. (Org.). Estudos Surdos III. Petrópolis: Editora Arara Azul, v. III, pp. 170-209.

RODRIGUES, C. H. (2012). Efeitos de Modalidade no Processo de Interpretação Simultânea para a Língua de Sinais Brasileira. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 10, pp. 93-124. Disponível em: http://www.revel.inf.br/files/29427f4a35369efaceef76fadbd57b2d.pdf. Acesso em 10 ago. 2017.

RODRIGUES, C. H. (2013a). A interpretação para a Língua de Sinais Brasileira: efeitos de modalidade e processos inferenciais. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/MGSS-9CXQ8L/rodrigues__2013___tese_poslin.pdf?sequence=1. Acesso em 10 mar. 2017.

RODRIGUES, C. H. (2013b). A interpretação simultânea entre línguas e

modalidades. Veredas (UFJF. Online), v. 17, pp. 266-286. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2014/04/14%C2%BA-ARTIGO.pdf. Acesso em 05 ago. 2016.

RODRIGUES, C. H. (2013c). Aspectos processuais na interpretação simultânea para a Língua de Sinais Brasileira. In: QUADROS, R. M.; STUMPF, M. R.; LEITE, T. A. (Org.). Estudos da Língua Brasileira de Sinais I. 1ed. Florianópolis: Insular, v. 1, pp. 195-229.

RODRIGUES, C. H.; MEDEIROS, D. V. (2016). O uso de mouthing na interpretação simultânea para a Língua Brasileira de Sinais. In: V Congresso Nacional de Pesquisa em Tradução e Interpretação de Língua de Sinais Brasileira, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, pp.1-15. Disponível em: http://www.congressotils.com.br/anais/2016/3604.pdf. Acesso em 10 abr. 2017.

ROTHE-NEVES, R. (2007). Notes on the concept of translator’s competence. Quaderns. Revista de Traducció, v. 14, pp. 125-138.

SEGALA, R. R.; QUADROS, R. M. (2015). Tradução intermodal, intersemiótica e interlinguística de textos escritos em Português para a Libras oral. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 35, n. 2, p. 354-386, out. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175-7968.2015v35nesp2p354. Acesso em 13 out. 2016.

SOUZA, S. X. (2010). Performances de tradução para a língua brasileira de sinais observadas no curso de letras-libras. Mestrado em Estudos da Tradução. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

SPERBER, D.; WILSON, D. (1995). Relevance, communication and Cognition. 2.ed. London: Blackwell.

STOKOE, W. C. (1960). Sign language structure: An outline of the communication systems of the American deaf. Studies in Linguistics, Occasional Papers, 8. Silver Spring, MD: Linstok Press.

SILVÉRIO, C. C. P. et al. (2012). Reflexões sobre o processo de tradução-interpretação para uma língua de modalidade espaço-visual. In: Anais - III Congresso Nacional de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa. Florianópolis: PGET-UFSC, pp. 01-07.

WURM, S. (2010). Translation across Modalities: The Practice of Translating Written Text into Recorded Signed Language. An Ethnographic Case Study. Doutorado em Filosofia, Heriot-Watt University, Department of Languages and Intercultural Studies. Disponível em: http://www.ros.hw.ac.uk/bitstream/handle/10399/2407/WurmS_1010_sml.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 10 mai. 2015.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.