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Estudando práticas Quilombolas de resistência no instagram
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Palavras-chave

Mídias sociais
Práticas multissemióticas
Interseccionalidade
Resistência

Como Citar

MARQUES, Djankaw Matheus de Lima; CAMARGO, Mabia. Estudando práticas Quilombolas de resistência no instagram. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 59, n. 3, p. 1946–1965, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8661235. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa a forma como as práticas semióticas e as subjetividades são performadas na mídia social Instagram por Djankaw, uma quilombola negra e trans. O objetivo do artigo é observar como, através das postagens de Djankaw, sua subjetividade é performada online, focando nas interseções de raça, classe, etnia e sexualidade por elx produzidas. A comunidade onde Djankaw vive luta contra muitas dificuldades, haja vista que seu território tem sido disputado no tribunal com os latifundiários suábios e o negócio capitalista de monocultura que eles praticam. Somente após intensas batalhas legais que parte das terras ancestrais dos quilombolas lhes foi restituída. Mantendo essas disputas jurídicas em nossa atenção, voltamo-nos às performances de Djankaw na internet e às formas como essas performances instigam um debate produtivo sobre a identidade Afro-brasileira ‘quilombola’ e ressoam com as lutas dos grupos marginalizados pela ocupação de diversos tempo-espaços no interior do Brasil. As postagens de Djankaw e suas práticas corpóreas operam como sítios propícios ao questionamento sobre o que significa ser negrx, trans e quilombola. A complexidade das posições de sujeito de Djankaw é aumentada por sua conexão com diferentes religiões; elx incorpora diferentes práticas espirituais que também orquestram discussões sobre raça, sexualidade e gênero. Quando Djankaw performa suas subjetividades na internet, elx mobiliza e reconfigura essas marcas sociais ao mesmo tempo em que se engaja em práticas semióticas de resistência contra o apagamento histórico das culturas quilombolas e luta por espaço nas redes sociais.

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