Banner Portal
Escritas fragmentárias na literatura latino-americana
PDF

Palavras-chave

Comunidade

Como Citar

OLMOS, Ana Cecilia. Escritas fragmentárias na literatura latino-americana. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 63, n. 2, p. 340–348, 2024. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8675617. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Este artigo propõ

Este artigo propõe uma indagação sobre as escritas fragmentárias frequentadas por autores da América Latina nos séculos XX e XXI. Trata-se de práticas de escrita que se configuram no trânsito entre a anotação, a crônica, o diário e o ensaio, num movimento discursivo que tende a apagar as distinções entre literatura e vida. Ainda que a fragmentação seja reconhecível como estratégia discursiva crítica de uma modernidade literária que, como diz Jacques Rancière, fez da corrosão do próprio conceito de literatura seu fundamento, cabe colocar a pergunta acerca das inflexões que ela assume nos dias de hoje, em que a literatura parece abandonar seus foros específicos e, em um movimento de identificação com a experiência e o mundo, colocar em xeque a autonomia estética. Em diálogo com uma reflexão teórica sobre as escritas fragmentárias, que contempla os aportes de Lacoue-Labarthe, Nancy, Barthes, Blanchot e Rancière, o artigo traça um percurso por escritas fragmentárias da América Latina que convoca os nomes de Macedonio Fernández, Ricardo Piglia, Salvador Elizondo, Mario Levrero

Este artigo propõe uma indagação sobre as escritas fragmentárias frequentadas por autores da América Latina nos séculos XX e XXI. Trata-se de práticas de escrita que se configuram no trânsito entre a anotação, a crônica, o diário e o ensaio, num movimento discursivo que tende a apagar as distinções entre literatura e vida. Ainda que a fragmentação seja reconhecível como estratégia discursiva crítica de uma modernidade literária que, como diz Jacques Rancière, fez da corrosão do próprio conceito de literatura seu fundamento, cabe colocar a pergunta acerca das inflexões que ela assume nos dias de hoje, em que a literatura parece abandonar seus foros específicos e, em um movimento de identificação com a experiência e o mundo, colocar em xeque a autonomia estética. Em diálogo com uma reflexão teórica sobre as escritas fragmentárias, que contempla os aportes de Lacoue-Labarthe, Nancy, Barthes, Blanchot e Rancière, o artigo traça um percurso por escritas fragmentárias da América Latina que convoca os nomes de Macedonio Fernández, Ricardo Piglia, Salvador Elizondo, Mario Levrero, dentre outros autores.

, dentre outros autores.

e uma indagação sobre as escritas fragmentárias frequentadas por autores da América Latina. Trata-se de práticas de escrita que se configuram no trânsito entre a anotação, a crônica, o diário e o ensaio, num movimento discursivo que tende a apagar as distinções entre literatura e vida. Ainda que a fragmentação seja reconhecível como estratégia discursiva crítica de uma modernidade literária que, como diz Jacques Rancière, fez da corrosão do próprio conceito de literatura seu fundamento, cabe colocar a pergunta acerca das inflexões que ela assume nos dias de hoje em que a literatura parece abandonar seus foros específicos e, em um movimento de identificação com a experiencia e o mundo, colocar em xeque a autonomia estética.  

PDF

Referências

AIRA, César. (2000). La nueva escritura. Boletín, n. 8, Centro de Estudios de Teoría y Crítica Literaria. Rosario: Universidad Nacional de Rosario, p. 165-170.

ARFUCH, Leonor. (2002). El espacio biográfico: Dilemas de la subjetividad contemporánea. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.

BARRENTO, João. (2010). O género intranquilo: anatomia do ensaio e do fragmento. Lisboa: Assírio & Alvim.

BARTHES, Roland. (2003). Roland Barthes por Roland Barthes. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Estação Liberdade.

BLANCHOT, Maurice. (2010). A conversa infinita: a ausência de livro. Tradução de João Moura. São Paulo: Escuta.

BLANCHOT, Maurice. (1987). La escritura del desastre. Traducción de Pierre de Place. Caracas: Monte Avila Editores.

BÜRGUER, Peter. (2010). Teoría de la vanguardia. Traducción de Tomás Bartoletti. Buenos Aires: Las Cuarenta.

CABRERA INFANTE, Guillermo. (1976). Exorcismos de esti(l)o. Madrid: Punto de lectura, 2002.

CHEJFEC, Sergio. (2013). Lápices y angustias. In: De Rosso, Ezequiel (org.), La máquina de pensar em Mario: Ensayos sobre la obra de Levrero. Buenos Aires: Eterna Cadencia, p. 191-200.

ELIZONDO, Salvador. (1972). El grafógrafo. México: Joaquín Moritz.

FERNÁNDEZ, Macedonio. (1996). Museo de la novela de la Eterna. Edición crítica de Ana María Camblong, Adolfo de Obieta (coords.). Madrid: ALLCA XX.

FOGWILL, Enrique. (2013). Las noches oscuras de un maestro. In: De Rosso, Ezequiel (org.), La máquina de pensar em Mario: Ensayos sobre la obra de Levrero. Buenos Aires: Eterna Cadencia, p. 260.

GARRAMUÑO, Florencia. (2009). La experiencia opaca: Literatura y desencanto. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.

GARRAMUÑO, Florencia. (2015). Mundos en común: Ensayos sobre la especificidad en el arte. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.

JORGE, Gerardo. (2006) ¿Debemos escribir textos tontos? La forma o la vida: un dilema en el arte de nuestro tiempo. In: Kozak, Claudia (comp.), Deslindes: Ensayos sobre la literatura y sus límites en el siglo XX. Rosario: Beatriz Viterbo, p. 107-117.

KAMENSZAIN, Tamara. (2016). Una intimidad inofensiva: Los que escriben con lo que hay. Buenos Aires: Eterna Cadencia.

LACOUE-LABARTHE, Philippe; NANCY, Jean-Luc. (2012). El absoluto literario: Teoría de la literatura del romanticismo alemán. Traducción de Cecilia González e Laura Carugatti. Buenos Aires: Eterna Cadencia.

LEVRERO, Mario. (1996). El discurso vacío. Buenos Aires: Interzona Editora, 2006.

LEVRERO, Mario. (2005). La novela luminosa. Montevideo: Alfaguara.

LUDMER, Josefina. (2010). Aquí América Latina: Una especulación. Buenos Aires: Eterna Cadencia Editora.

MONTERROSO, Augusto. (1987). Tríptico: (Movimiento perpetuo, La palabra mágica y La letra e). México: Fondo de Cultura Económica, 1995.

MOREY, Miguel. (1990). Del pensar como forma de indisciplina. In: Morey, Miguel, Psiquemáquinas. Barcelona: Montesinos, p. 11-115.

NANCY, Jean-Luc. (1993). El sentido del mundo. Traducción de Jorge Manuel Casas. Buenos Aires: La Marca Editora, 2003.

PIGLIA, Ricardo. (2000). Crítica y ficción. Buenos Aires: Planeta; Seix Barral.

PIGLIA, Ricardo. (2015). Los diarios de Emilio Renzi: Años de formación. Barcelona: Anagrama.

RANCIÈRE, Jacques. (2009). La palabra muda: Ensayo sobre las contradicciones de la literatura. Traducción de Cecilia González. Buenos Aires: Eterna Cadencia.

RIBEYRO, Julio Ramón. (1975). Prosas apátridas. Barcelona: Editora Seix Barral, 2007.

RICHARD, Nelly. (1989). La estratificación de los márgenes: Sobre arte, cultura y políticas. Chile: Francisco Zegers.

ROSSI, Alejandro. (1978). Manual del distraído. Barcelona: Anagrama, 1980.

SPERANZA, Graciela. (2012). Atlas portátil de América Latina: Arte y ficciones errantes. Barcelona: Anagrama.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Ana Cecilia Olmos

Downloads

Não há dados estatísticos.