Banner Portal
O rosto, o nome e a fala
PDF

Palavras-chave

Espectralidade
Luto
Arte urbana
Monumento popular
Ativismo

Como Citar

PALMA, Daniela. O rosto, o nome e a fala: poéticas e políticas da espectralidade no Escadão Marielle Franco. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 63, n. 2, p. 306–320, 2024. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8675630. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

O artigo propõe refletir sobre a espectralidade como efeito de sentido político produzido por meio da arte urbana na montagem de um monumento popular em homenagem a Marielle Franco, na cidade de São Paulo. Para isso, o estudo buscou observar como algumas forças periféricas acionadas no movimento de luto e memória por Marielle foram moldadas semioticamente na intervenção artístico-ativista. As análises focam em três elementos que compõem o monumento: o rosto de Marielle no retrato fotográfico, o nome próprio e uma fala citada. Em termos teóricos, o texto articula discussões sobre luto, agência, espectralidade, memória, alteridade e perspectivas periféricas sobre referências e legado. O trabalho interpretativo mostra como esses elementos projetam a ideia de legado, indicializam a indignação, estimulam a mobilização por justiça e igualdade e promovem o confronto ético com a alteridade.

PDF

Referências

ARFUCH, L. (2013). La ciudad como autobiografía. Bifurcaciones, n. 12, p. 1-14.

BARTHES, R. (1980). La Chambre claire: Note sur la photographie, Paris: Éditions de l’Étoile; Gallimard; Seuil.

BAZIN, A. (1958). Ontologie da l’image photographique. In: Bazin, A. Qu’est ce que le cinéma? Paris: Les Éditions du Cerf, 1990, p. 19-26.

BERGER, J. (1972). Ways of Seeing. London: British Broadcasting Corporation; Penguin Books.

BHABHA, H. K. (1994). O local da cultura. Tradução de Myriam Ávila, Eliane Livia Reis e Glauce Gonçalves. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003.

BRUM, E. (2018). Como enfrentar o sangue dos dias. El País. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/26/politica/1522080125_945009.html. Acesso em: 20 dez. 2023.

CORREA, P. (2019). Por que a Prefeitura está pintando de branco o Escadão da Marielle? Carta Capital. Disponível: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/por-que-a-prefeitura-esta-pintando-de-branco-o-escadao-da-marielle/. Acesso em: 28 dez. 2023.

DERRIDA, J. (1972). Marges de la philosophie. Paris: Les Éditions de Minuit.

DERRIDA, J. (1993). Espectros de Marx: o Estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Tradução de Anamaria Skinner. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

DEUMERT, A. (2022). The Sound of Absent-Presence: Towards Formulating a Sociolinguistics of the Spectre. Australian Review of Applied Linguistics, v. 45, n. 2, p. 135-153.

DIDI-HUBERMAN, G. (1992). O que vemos, o que nos olha. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 1998.

FLUSSER, V. (1983). Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Tradução do autor. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002.

FOUCAULT, M. (1966). Le corps utopique, Les hétérotopies. Paris: Nouvelles Éditions Ligne, 2009.

FRADE, P. M. (1992). Figuras do espanto: a fotografia antes de sua cultura. Porto: Edições Asa.

GORDON, A. F. (2008). Ghostly Matters: Haunting and the Sociological Imagination. Minneapolis: University of Minnesota Press.

JESUS, C. M. de. (1982). Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

JESUS, C. M. de. (1960). Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

LACAN, J. (1964-1965). Problemas cruciais para a Psicanálise: Seminário 1964-1965. Tradução de Cláudia Lemos et al. Recife: Centro de Estudos Freudianos do Recife, 2006.

LEVINAS, E. (1961). Totalidade e infinito. Tradução de José Pinto Ribeiro. Lisboa: Edições 70, 2008.

MBEMBE. A. (2001). On the Postcolony. Translation by A. M. Berrett et al. Berkeley; Los Angeles: University of California Press.

MULAMBÖ. (2020). Mulambö. Saquarema (RJ): Edição do Autor.

PALMA, D. (2017). As casas de Carolina: espaços femininos de resistência, escrita e memória. Cadernos Pagu, n. 51.

PALMA, D. (2020). O cotidiano, a quebrada e o sonho: a resistência pelo olhar na ação de um fotocoletivo. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 59, n. 3, p. 1862-1883.

PALMA, D. (2023). Vidas periféricas em trajetórias faladas: performances orais e enquadramentos tecnológicos e sociais em um museu virtual. Calidoscópio, v. 21, n. 3, p. 557-578.

PALMA, D.; SILVA, D. (2023). A Public Staircase for Marielle Franco. In: AILA Word Congress, 20th Anniversary, Lyon.

PINTO, J. P. (2009). O corpo de uma teoria: marcos contemporâneos sobre os atos de fala. Cadernos Pagu, n. 33, p. 117-138.

PODER360. (2023). Caso Marielle será elucidado “em breve”, diz Dino... Poder 360. Disponível em: https://www.poder360.com.br/governo/caso-marielle-sera-elucidado-em-breve-diz-dino/. Acesso em: 28 dez. 2023.

RUCHATZ, J. (2008). The Photograph as Externalization and Trace. In: Erll, A.; Nünning, A. (Ed.). Cultural Memory Studies. Berlin; New York: De Gruyter, 2008, p. 367-378.

SHAKESPEARE, W. (1604/5). The Tragedy of Hamlet, Prince of Denmark. London: Penguin, 2006.

SARTORI, C. (2022). Quatro anos depois, dupla posa de novo com placa quebrada de Marielle. Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/politica/quatro-anos-depois-dupla-posa-de-novo-com-placa-quebrada-de-marielle. Acesso em: 20 dez. 2022.

SPIVAK, G. C. (1999). A Critique of Postcolonial Reason: Toward a History of the Vanishing Present. Cambridge (MA): Harvard University Press.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Daniela Palma

Downloads

Não há dados estatísticos.