Resumo
Este artigo visa analisar o movimento entre o coletivo e o singular vivido por um grupo de trabalho colaborativo, constituído no interior de uma escola pública de zona rural da cidade de Jundiaí/SP, o qual contou com a participação de quatro professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma coordenadora e a pesquisadora-formadora. O grupo reuniu-se periodicamente em 2005 e 2006, com o objetivo de aprender geometria para ensinar a seus alunos. Os documentos para análise consistiram de: transcrições das entrevistas iniciais e das conversas reflexivas; diário de campo da pesquisadora-formadora; transcrição das audiogravações dos encontros; e narrativas produzidas pelas professoras. O movimento experienciado pelo grupo evidencia que, de um desconhecimento da geometria como componente curricular, as professoras passaram por um período de vivência empírica da geometria para, posteriormente, a partir da prática, (re)significarem seus saberes profissionais em geometria. Tal transformação foi possibilitada pelas leituras teóricas, pelas experiências de sala de aula e pela produção de narrativas escritas.
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