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A linguagem como eixo da pesquisa em educação matemática
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Palavras-chave

Virada linguística
Giro discursivo
Educação matemática
Linguagem

Como Citar

VILELA, Denise Silva; MENDES, Jackeline Rodrigues. A linguagem como eixo da pesquisa em educação matemática: contribuições da filosofia e dos estudos do discurso. Zetetike, Campinas, SP, v. 19, n. 2, p. 7–25, 2012. DOI: 10.20396/zet.v19i36.8646623. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8646623. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Em função do amplo emprego da linguagem nas pesquisas na área da Educação Matemática, como metodologia de ensino e como metodologia de pesquisa, este estudo focaliza primordialmente este último, abordando teoricamente a questão da linguagem considerada eixo de investigação de pesquisas nesse campo. O objetivo é aprofundar esta discussão por meio de dois caminhos. O primeiro pretende apresentar uma compreensão da difusão do uso da linguagem como centro de metodologias de pesquisas – uma repercussão de um movimento filosófico conhecido como “virada linguística” –, em que a linguagem passa a ocupar um papel central na investigação filosófica. Esta discussão filosófica está centrada na filosofia de Wittgenstein, frequentemente considerado marco dessa virada. O segundo caminho busca esclarecer características centrais de diferentes vertentes de concepção discursiva, tornadas aportes teóricos de pesquisas, tais como aquelas associadas a autores consagrados, a exemplo de Bakhtin e Foucault. Constituem-se, assim, bases de um referencial teórico que faria da linguagem seu eixo de investigação. Neste referencial a meta não seria resolver problemas e apontar soluções, mas problematizar valores e ideologias implícitos nas práticas linguísticas constituídas objeto de pesquisa.

https://doi.org/10.20396/zet.v19i36.8646623
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