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Uma dança dos corpos fílmicos
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Palavras-chave

Cinema. Corpo. Subjetividade.

Como Citar

GONÇALVES, Ingrid Rodrigues. Uma dança dos corpos fílmicos. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 18, n. 4, p. 835–856, 2016. DOI: 10.20396/etd.v18i4.8646440. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8646440. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumo

Este ensaio visa tecer linhas transversalmente, com uma perspectiva pós-estruturalista. Evocamos como intercessores, pensadores como Gilles Deleuze, Giorgio Agamben, Ana Francisca de Azevedo; cineastas, técnicos e projecionistas, tendo nestes últimos, um estudo de caso que enlaça nossas ponderações, produzindo espécie de falcaça nos fios que puxamos. Desenvolvemos uma reflexão sobre os corpos como suportes e sobre os suportes como corpos. Levamos em conta que: os movimentos de nosso pensamento, podem atuar de modo semelhante aos projetores cinematográficos, dispondo imagens no tempo, nas "telas" de nossas vidas; há um processo em curso de substituição do suporte padrão cinematográfico, do filme fotoquímico para os pixels; películas e seus agenciamentos estão sendo substituídos pelo cinema digital, que demanda e produz corpos com outras trajetórias, singrando novos campos de possíveis no que tange às produções audiovisuais, pois as imagens digitais por se tratarem de pontos fotográficos binários podem ser copiadas e modificadas “ad infinitum”, descerrando possibilidades estéticas; por sua volta, experimentações dos modos de fazer relacionados à película constituem-se como experiências singulares, que percorrem outras linhas. Esta é uma discussão de vulto na contemporaneidade, tendo em vista que a transição tecnológica tem desterritorializado os saberes relacionados ao fazeres cinematográficos com película fotoquímica e, noutro turno, que nossas relações interpessoais têm sido cada vez mais mediadas por imagens-projetadas em telas e sua produção via corpos-pixel, em variados dispositivos.

https://doi.org/10.20396/etd.v18i4.8646440
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