Resumo
A partir das pesquisas com o pensamento de Deleuze e de Guattari, o artigo centra-se na investigação do conceito de Urstaat para sustentar que as formas antidemocráticas atuais não passam de atualizações do próprio Urstaat. Ao desenvolver o que é o Urstaat e o seu avanço como arquétipo de um Estado primordial, apresentamos a hipótese de que a democracia é uma produção de relações subjetivas que necessariamente vão na direção contrária dos sensos e dos consensos do Estado. Para tanto, o artigo se vale do pensamento político de Rancière para defender o registro singular da democracia face a política universalista do Urstaat, já que se tratam dos lugares da multiplicidade e da máquina de guerra para se pensar as lutas democráticas contemporâneas. Ao cabo, trata-se de conceber a educação como experiência imprescindível e privilegiada de lutas democráticas antiurstáticas
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