Resumo
Este artigo tem como objetivo propor estágios da gestão pedagógica para o uso das tecnologias digitais quando as metodologias ativas são utilizadas. Tal proposta tomou por base os estágios de gerenciamento tecnológico de Sandholtz, Ringstaff e Dwyer (1997). De natureza qualitativa e assinalada como um estudo de caso, a pesquisa foi realizada numa instituição federal, nos semestres 2016.2 e 2017.1. Os participantes foram quatro professores pertencentes ao quadro efetivo. Como instrumentos, recorreu-se a um questionário de sondagem, à observação e à entrevista. Para a análise de dados, iniciou-se com as questões de menor amplitude, bem como se definiram códigos iniciais ou subsequentes. Fases como ordenação, classificação e análise propriamente dita do material também subsidiaram a análise. Posteriormente, foram triangulados os dados, sendo estes ancorados pelo paradigma interpretativo. Com base na literatura e na pesquisa empírica, foram propostos cinco estágios da gestão pedagógica - Iniciação, Inserção, Integração, Efetivação e Disrupção - demonstrando que os professores investigados oscilaram, no período da pesquisa, entre estágios elementares e intermediários quando da utilização das tecnologias de forma pedagógica. Destaca-se que tais estágios são considerados inovadores, compreendendo inovação como a (re)significação de algo existente, no caso, os estágios de gerenciamento tecnológico. Neste sentido, ratifica-se a importância de desenvolver novos referenciais teóricos com base numa situação vivida, sendo maior a probabilidade de adoção por parte dos professores, aproximando teoria e prática. Acredita-se que se o docente desenvolve práticas fundamentadas nesses estágios, maiores serão as possibilidades de tornar o aluno corresponsável por sua aprendizagem.
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