Resumo
Em nossa atualidade estamos lidando com muitas mudanças na educação dos surdos e uma delas é a educação bilíngue para surdos ser definida como modalidade na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) ao lado da educação especial não sendo mais parte dessa. Tal modalidade é defendida pelos sujeitos e pesquisadores surdos a partir da aposta de que os surdos apresentam uma diferença linguística fugindo assim do modelo da deficiência na definição de seu público alvo. Este artigo tem como objetivo, pensar sobre o lugar das línguas na educação bilíngue para surdos e para isso partimos da seguinte pergunta “como pensarmos então a Libras como língua da escola?” Para fazermos estas reflexões, discutiremos a educação bilíngue como “desejo de realidade” como nos aponta Larrosa (2008) bem como nos perguntamos se a Libras como língua da escola é alienante ou emancipadora a partir de Masschelein e Simons (2017). Por fim, defendemos uma linguagem educacional na educação dos surdos com Biesta (2013) a partir de três noções: confiança sem fundamento, violência transcendental e responsabilidade sem conhecimento.
Referências
BIESTA, Gert. Para além da aprendizagem: educação democrática para um futuro humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
LARROSA, Jorge. Desejo de realidade- experiência e alteridade na investigação educativa. In: BORBA, Siomara; KOHAN, Walter (Org.). Filosofia, aprendizagem, experiência. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2008.
MASSCHELEIN, Jan; SIMON, Maarten. Pedagogia, democracia e a escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
MASSCHELEIN, Jan; SIMON, Maarten. A língua da escola: alienante ou emancipadora? In: LARROSA, Jorge. Elogio da escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
RICOUER, Paul. Sobre a tradução. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.
RODRIGUES, José Raimundo. As seções de surdos e de ouvintes no Congresso de Paris (1900): problematizações sobre o pastorado e a biopolítica na educação de surdos Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Educação. 2018. 202 f.
STEINER, George. Depois de Babel: questões de linguagem e tradução. 3.ed. Tradução de Alberto Faraco. Curitiba: Editora da UFPR, (2005).
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