Banner Portal
Biopolítica e normalização dos corpos em XXY
Foto de capa: Antonio Carlos Dias Júnior
PDF

Palavras-chave

Corpo
Biopolítica
Normalidade
Potência
Filme XXY

Como Citar

ZOBOLI, Fabio; GALAK, Eduardo; GOMES, Ivan Marcelo. Biopolítica e normalização dos corpos em XXY. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 26, n. 00, p. e024017, 2024. DOI: 10.20396/etd.v26i00.8670573. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8670573. Acesso em: 2 maio. 2024.

Resumo

A trama do filme XXY (2007) da diretora argentina Lucía Puenzo gira em torno de uma reflexão que questiona como a ciência moderna arquiteta a tríade “corpo-sexo-gênero” na sua ânsia de categorizar e ordenar os corpos via dispositivo dos saberes da biologia que os classifica de modo binário. O texto objetiva pensar o corpo intersexo de Alex em XXY em termos políticos a partir de duas questões: “O que se pode fazer com um corpo?” e “O que pode o corpo?”. Deste modo o corpo de Alex será interpelado pelos dispositivos biopolíticos da normalidade e pela potência deste corpo que sofre por assumir sua condição de existência. Conclui-se que a trama fílmica de XXY expõe o híbrido das condições sociais de existência e experiência, a impureza dos nossos corpos, imperfeitos, intercambiáveis e com intervenções.

https://doi.org/10.20396/etd.v26i00.8670573
PDF

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: ARGOS, 2009.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

CANGUILHEM, Georges. O conhecimento da vida. Tradução de Vera Lucia Avellar Ribeiro. Revisão Técnica de Manoel Barros da Motta. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

CAPONI, Sandra. “A saúde como abertura ao risco”. In: CZERESNIA, Dina; FREITAS, Carlos Machado (org.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.

CHERRO, Mariana Viera. “Que se enteren. Cuerpo y sexualidad en el zoom social. Sobre XXY”. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, 19(2): 336, maio-agosto, 2011. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-026X2011000200003&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 07 jun. 2022.

DELEUZE, Gilles. Espinosa: filosofia prática. São Paulo: Escuta, 2002.

DELEUZE, Gilles. Espinosa e o problema da expressão. São Paulo: Ed. 34, 2017.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs. Vol. 3. São Paulo: Ed. 34, 2008.

DIGILIO, Patricia. La biotecnología en los limites de la biopolítica. En: Bartleby: preferiría no. lo biopolítico, lo post-humano. Buenos Aires: La Cebra, 2008.

ESPOSITO, Roberto. Bios: biopolítica e filosofia. Tradução de Wander Melo Miranda. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2017.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. “Crise da medicina ou crise da antimedicina”. Revista Verve, São Paulo, 18, p. 167-194, 2010. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/verve/article/view/8646 Acesso em: 30 mar. 2022.

GALIMBERTI, Umberto. Psiche e techne: o homem na idade da técnica. Tradução de José Maria de Almeida. São Paulo: Paulus, 2006.

LAPOUJADE, David. O corpo que não aguenta mais. In: LINS, Daniel; GADELHA, Sylvio (org. ) Nietzsche e Deleuze - Que pode o corpo. Rio de Janeiro, p. 81-90, 2002.

LAPOUJADE, David. As existências mínimas. São Paulo: N-1 edições, 2017.

LE BRETON, David. Rostos: ensaio de antropologia. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis: Vozes, 2019.

MADEIRA, Claudia. Híbrido: do mito ao paradigma invasor? Lisboa: Editora Mundos Sociais, 2010.

PARENTE, Diego. Del órgano al artefacto: acerca de la dimensión biocultural de la técnica. 1 ed. La Plata: Universidad Nacional de La Plata, 2010.

PELBART, PeterPál. S/D. Por uma arte de instaurar modos de existência que “não existem”. Disponível em: https://laboratoriodesensibilidades.wordpress.com/2017/05/02/por-uma-arte-de-instaurar-modos-de-existencia-que-nao-existem-peter-pal-pelbart/ Acesso em: 03 abr. 2022.

PRECIADO, Paul. Testo junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. São Paulo: N-1 edições, 2018.

RODRÍGUEZ, Pablo Manolo. Las palabras en las cosas: saber, poder y subjetivación entre algoritmos e biomoléculas. Ciudad Autônoma de Buenos Aires: Cactus, 2019.

SPINOZA, Baruch de. Ética. In: Spinoza: coleção os pensadores. São Paulo, 1973.

SPINOZA, Baruch de. Correspondências. Disponível em: http://filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/136.txt Acesso em: 05 jun. 2022.

SWAIN, Tânia Navarro. “Para além do sexo, por uma estética da liberação”. In: ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de; VEIGA-NETO, Alfredo; SOUZA FILHO, Alípio de (org.). Cartografias de Foucault. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, p. 393-406, 2011.

TIQQUN. Contribuições para a guerra em curso. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. São Paulo: N-1 edições, 2019.

XXY. Filme. Direção de Lucia Puenzo. Argentina, Espanha e França. Distribuidora: Imovision. 86 minutos, 2007.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 ETD - Educação Temática Digital

Downloads

Não há dados estatísticos.