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Reflexões sobre os jogos digitais sob a perspectiva da sociologia da infância
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Palavras-chave

Jogos digitais
Sociologia da infância
Brincar
Criança
Adultocentrismo.

Como Citar

ALBUQUERQUE, Rafael Marques de; KERN, Caroline. Reflexões sobre os jogos digitais sob a perspectiva da sociologia da infância. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 21, n. 3, p. 662–673, 2019. DOI: 10.20396/etd.v21i3.8649928. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8649928. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Os jogos digitais são objetos relativamente novos na história das infâncias, e podem ser compreendidos através de diversos olhares. Neste artigo levantamos quatro reflexões sobre os jogos digitais e crianças a partir de uma visão alinhada com a sociologia da infância. A primeira reflexão diz respeito ao  estigma que recai sobre os jogos digitais por sua associação com o universo infantil, por meio de uma visão  adultocêntrico. A segunda descreve os jogos digitais como molduras para o brincar da criança, e consequentemente influenciadoras das formas com as quais as crianças aprendem e se inserem no universo cultural mais amplo. Discutimos, nesse contexto, não apenas as possibilidades dos jogos digitais influenciarem as crianças, mas também as possibilidades delas contestarem e construírem seus significados, interagindo ativamente com esses elementos culturais. A terceira problematiza a noção de geração game, destacando a heterogeneidade das gerações. A quarta ressalta a importância dos estudos acadêmicos escutarem mais as vozes das crianças ao se discutir as relações dos jogos digitais com as infâncias. As reflexões do texto tem o objetivo de enriquecer as discussões tanto nos campos de estudo dos jogos digitais quanto no das infâncias, levantando aspectos que merecem ser pensados com mais profundidade e problematizando o papel do adulto nas relações das crianças com os jogos digitais.

https://doi.org/10.20396/etd.v21i3.8649928
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