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Currículo da formação de professores nas Ciências Biológicas: por uma abordagem discursiva para investigar a relação entre teoria e prática
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Palavras-chave

Currículo. Relação teoria-prática. Formação de professores. Ciências Biológicas. Políticas públicas em educação.

Como Citar

FERREIRA, Marcia Serra; DOS SANTOS, Andre Vitor Fernandes; TERRERI, Leticia. Currículo da formação de professores nas Ciências Biológicas: por uma abordagem discursiva para investigar a relação entre teoria e prática. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 18, n. 2, p. 495–510, 2016. DOI: 10.20396/etd.v18i2.8644089. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8644089. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O artigo apresenta o modo como vimos produzindo uma abordagem discursiva para investigar a história de diferentes currículos e disciplinas acadêmicas, em meio às políticas voltadas para a formação de professores, com especial interesse na relação entre teoria e prática em cursos na área das Ciências Biológicas. Buscando compreender a produção das políticas como uma possibilidade de construção de uma história do (e no) tempo presente, investimos no diálogo com Michel Foucault e alguns de seus interlocutores no campo do Currículo. Aproximando-nos de Thomas Popkewitz, consideramos que a distinção entre teoria e prática é parte dos dispositivos que constroem os próprios professores, constituindo um par binário no qual a significação do primeiro termo alimenta o sentido do segundo e vice-versa, criando regras para a formação de professores. As reformas curriculares situam-se, então, em meio a um sistema de raciocínio no qual a distinção entre teoria e prática é parte da estrutura que fixa papéis, produzindo efeitos de verdade. Em relação às Ciências Biológicas, tais sentidos têm sido elaborados em meio a discursos que aproximam e, simultaneamente, afastam as práticas científica e docente, criando carga horária prática a partir de temáticas e metodologias advindas da ciência de referência ou, então, da cultura da escola. Nesse movimento, 'antigos' e 'novos' componentes curriculares produzem e legitimam noções de conhecimento, pesquisa, ensino e extensão que significam a teoria e a prática conjuntamente, em um sistema de relações por meio do qual nos definimos como bons ou maus professores de Ciências e Biologia.

https://doi.org/10.20396/etd.v18i2.8644089
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