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A tirania do visível e suas imaginações geográficas
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Palavras-chave

Educação
Cinema
Cultura
Ensino de geografia

Como Citar

CHAVES, Ana Paula Nunes; POLICASTRO, Camila Benatti. A tirania do visível e suas imaginações geográficas: sobre um arquivo cinematográfico na escola. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 23, n. 2, p. 354–373, 2021. DOI: 10.20396/etd.v23i2.8661505. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8661505. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

A obrigatoriedade de exibição de pelo menos duas horas mensais de filmes brasileiros na escola trouxe à tona a discussão a respeito de como (e se) o cinema vem sendo utilizado no âmbito escolar. Em 2016, professores pesquisadores da Rede Internacional de Pesquisa Imagens, Geografias e Educação propuseram uma pesquisa comum a todos os polos da Rede (Brasil, Argentina e Colômbia), por meio de um questionário base, afim de averiguar de que forma os professores de Geografia estavam se apropriando desta nova possibilidade na educação. Quais as motivações levam professores a passarem filmes nas aulas? Quais filmes são estes e quais conteúdos geográficos estão sendo suscitados? Para compreender as possíveis respostas a estas indagações, investigamos as respostas de 136 professores brasileiros. Primeiramente, consideramos o poder das imagens e as reflexões a respeito destas na educação geográfica, bem como trabalhamos com referencial teórico que dê conta de pensar o regime de visibilidade que envolve a apresentação de filmes como recurso didático ou como objeto de ampliação cultural de estudantes. Em segundo lugar, ao lidarmos com os resultados da pesquisa, problematizamos as motivações para o cinema na escola demonstrando recorrências de temas, conteúdos e filmes citados pelos professores, questionando o protagonismo de alguns espaços. Nesse sentido, observamos como os filmes têm a potência de marcar o imaginário geográfico e cultural dos alunos e, a partir disso, atentar para a necessidade de discussão sobre os filmes apresentados, mostrando-os como um dos pontos de vista da realidade, mas não o único.

https://doi.org/10.20396/etd.v23i2.8661505
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Referências

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