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A interface entre a família e o direito ao ensino bilíngue para sujeitos surdos: rompendo oposições binárias
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Palavras-chave

Surdos. Bilinguismo. Família. Língua de sinais. Direito.

Como Citar

WITKOSKI, Sílvia Andreis. A interface entre a família e o direito ao ensino bilíngue para sujeitos surdos: rompendo oposições binárias. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 19, n. 3, p. 882–900, 2017. DOI: 10.20396/etd.v19i3.8646222. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8646222. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo busca problematizar a interface entre a família e o acesso real ao ensino bilíngue, desvelando as intrínsecas relações existentes entre as possibilidades dos sujeitos surdos usufruírem deste direito, previsto no Decreto nº 5.626/2005. Tal direito, que pressupõe o uso da Língua Brasileira de Sinais como primeira língua, e da Língua Portuguesa, como segunda, antecede a entrada daqueles na escola, devendo ser promovido no ambiente familiar, desde a descoberta da surdez. A maioria das famílias, no entanto, nega o mesmo, na medida em que opta pelo caminho da normalização de seus filhos. Para romper este ciclo de negação do direito ao bilinguismo, considera-se fulcral problematizar o âmago que envolve as questões, umbilicalmente articuladas, entre identidade e diferença, revisitando os pilares que constroem os binarismos pelos quais o ouvinte é perspectivado como “normal” e o sujeito surdo, como “anormal”, rumo à desnaturalização da “norma”.  

https://doi.org/10.20396/etd.v19i3.8646222
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