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“Vocês conhecem algumx ‘heterossexual flexível’?”: masculinidades performativas em debate
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Palavras-chave

Sexualidade. Gênero. Performatividade. Masculinidade. Educação.

Como Citar

COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; BRITO, Leandro Teofilo de. “Vocês conhecem algumx ‘heterossexual flexível’?”: masculinidades performativas em debate. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 20, n. 1, p. 81–97, 2018. DOI: 10.20396/etd.v20i1.8647597. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8647597. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

A proposta do texto é investigar como o processo de constituição das masculinidades como enunciações performativas auxilia na formulação de críticas à masculinidade normativa. Para isso, analisamos duas conversas online realizadas no Facebook em 2015 com um grupo de jovens que não se identificam com a heterossexualidade e que vêm utilizando a referida rede digital como possibilidade de repensar os corpos, gêneros e sexualidades para além de modelos normativos binários. A pesquisa online foi desenvolvida por meio dos princípios da alteridade e do dialogismo de Mikhail Bakhtin, imprescindíveis para reconhecer pesquisador e sujeitos como atores sociais que buscam, coletivamente, novas formas de produzir conhecimento. O referencial teórico adotado para a análise das conversas é amparado, principalmente, pelas contribuições da teórica feminista Judith Butler, que compreende o gênero como performativo. Com base em seus estudos, reconhecemos a infinitude de sentidos possíveis atribuídos ao masculino e a necessidade de desestabilização dos essencialismos identitários. O material empírico produzido com os sujeitos evidenciou a denúncia de normas regulatórias de gênero que insistem em privilegiar determinadas formas de ser e de estar no mundo. Somado a isso, esse material trouxe a oportunidade para que pudéssemos tecer algumas breves reflexões para pensar uma educação subversiva à luz do pensamento queer. Isso implicou no desafio de reconhecermos a necessidade de expor, nos cotidianos escolares, os limites e fragilidades de uma masculinidade normativa que impede a capacidade humana de fabricar corpos, gêneros e sexualidades para além das heteronormas.

https://doi.org/10.20396/etd.v20i1.8647597
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