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Educação profissional e o avanço do trabalho precarizado
Foto de capa: Antonio Carlos Dias Júnior
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Palavras-chave

Organização do trabalho
Ensino médio
Educação profissional

Como Citar

FERREIRA, Rodrigo Klassen; SARAIVA, Karla. Educação profissional e o avanço do trabalho precarizado. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 24, n. 4, p. 903–920, 2022. DOI: 10.20396/etd.v24i4.8663480. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8663480. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

O objetivo do artigo é mostrar as inflexões no modo de perceber a organização do trabalho desde o início do século XXI e seus efeitos na educação profissional, com especial atenção ao Ensino Médio Integrado. A pesquisa foi desenvolvida por meio da análise de um conjunto de documentos, mostrando dois movimentos. Primeiramente, a criação dos Institutos Federais e do Ensino Médio integrado no Governo Lula, que estaria articulada com uma racionalidade baseada no trabalho imaterial. Em seguida, o processo de enfraquecimentos destes Institutos no Governo Bolsonaro, que estaria associada com uma crescente uberização do trabalho. As análises mostram uma mudança de ênfase do trabalho imaterial, com forte uso das capacidades intelectuais, para um trabalho precarizado, que mobiliza sobretudo as forças do corpo, sinalizando diferentes formas de pensar o sistema produtivo do país e seus efeitos no campo da educação profissional.

https://doi.org/10.20396/etd.v24i4.8663480
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