Resumo
É por meio da experiência social que as crianças se tornam humanas e aprendem sobre si e sobre o mundo. É a partir das primeiras experiências que vivenciamos com pessoas significativas em nossas vidas que estaremos nos formando, criando significados e valores, construindo nossa autoimagem e autoidentidade, desenvolvendo, assim, nosso potencial cognitivo e, consequentemente, nos tornando sujeitos. Nessa perspectiva, esse artigo tem como objetivo principal refletir sobre o trabalho de professores na educação infantil, no sentido de buscar novas possibilidades de ações emancipatórias por parte desses profissionais em relação ao processo de aprendizagem e formação humanizadora das crianças. A pesquisa é de cunho bibliográfico à luz dos fundamentos da Teoria Crítica da Sociedade, principalmente com as contribuições de Adorno (1995) e Horkheimer (2002) e outras leituras secundárias. Como resultado, a criança precisa ser vista como um ser pensante, histórico, cultural, que transforma o mundo e por ele é transformada e, o professor, imbuído de uma sólida formação teórico-prática, precisa potencializar esse processo de saberes e aprendizagens infantis pelo viés da reflexão humanizadora do ensino. Como resultado, a educação infantil tem a responsabilidade e o compromisso com a formação e desenvolvimento de cada criança pelos saberes e conhecimentos historicamente construídos, de modo que o professor reconheça os espaços oportunos para realizar intervenções pedagógicas com a promoção da formação integral por meio de descobertas e experiências de aprendizagem desde a mais tenra idade.
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