A intensificação do trabalho docente no contexto da contrarreforma educacional
DOI:
https://doi.org/10.20396/rho.v21i00.8657773Palavras-chave:
Contrarreforma educacional, Trabalho flexível, Intensificação do trabalho docenteResumo
Este trabalho destinou-se a investigar os desdobramentos que a contrarreforma educacional brasileira tem produzido na configuração do trabalho docente na Educação Básica. A análise baseou-se em resultados de pesquisas sobre o tema e de dados sobre as rotinas de trabalho de professoras de Língua Portuguesa, à luz da noção de capitalismo flexível, discutida por Sennett (2009). Como procedimentos metodológicos, foram catalogados e analisados os resultados de pesquisas apresentados no X Seminário Internacional da Rede Estrado, cujo tema foi Direito à educação, políticas educativas e trabalho docente na América Latina: experiências e propostas em disputa, ocorrido em 2014, no Brasil. Tais resultados abarcaram, no contexto da contrarreforma educacional brasileira, as especificidades sobre o trabalho docente, reforçando a crítica ao gerencialismo na educação. Ademais, foram aplicados questionários para professoras de Língua Portuguesa de um determinado município mineiro, a fim de identificarmos as rotinas de trabalho dessas profissionais. Como resultados, foram reunidas problematizações sobre as especificidades do trabalho dos professores e o processo de intensificação ao qual estão submetidos. Os dados indicaram que a média geral de horas semanais trabalhadas pelas professoras entrevistadas foi superior às horas contratadas, havendo, assim, indícios de intensificação e consequente subtração do tempo destinado a outras atividades pessoais, conforme Sennett (2009), para a realização de diversas atividades profissionais.
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