Prancha 25 do Atlas Mnemosyne e Agostino di Duccio
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Palavras-chave

Prancha 25 do Atlas Mnemosyne. Método warburguiano. Agostino di Duccio. Oratório de São Bernardino.

Como Citar

WEDEKIN, Luana Maribele; MAKOWIECKY, Sandra. Prancha 25 do Atlas Mnemosyne e Agostino di Duccio: Apolíneo e Dionisíaco no Oratório de São Bernardino em Perugia. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 4, n. 3, p. 146–175, 2020. DOI: 10.24978/mod.v4i3.4569. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8662708. Acesso em: 3 jul. 2024.

Resumo

Este artigo busca refletir acerca dos pressupostos teórico-metodológicos do legado warburguiano mediante dois aspectos: o mergulho nos relevos do Oratório de São Bernardino, em Perugia, e o estudo da Prancha 25 do Atlas Mnemosyne. Tomamos posição de que Warburg legou um método, revelado em premissas destiladas de seus escritos, como propõem diversos pesquisadores italianos da atualidade. Destaca-se o contato direto com os monumentos; a atenção ao detalhe, à exceção; a precedência das imagens; o diálogo entre imagens. A Prancha 25 compõe-se majoritariamente de relevos esculpidos por Agostino di Duccio (1418-1481), pouco conhecido nos compêndios de história da arte. Nesta prancha, aparecem duas imagens do Oratório de São Bernardino: sua fachada e um relevo sobre um milagre do santo. Realizamos, então, um olhar aproximado desta fachada, de modo a explorar a poética deste artista, singular na incorporação do elemento dionisíaco na arte do Renascimento. Anjos, alegorias das Artes Liberais e das Virtudes surgem em Pathosformeln de mênades dançantes, e ninfas no exílio irrompem nas cenas dos milagres. É a partir deste fio condutor que propomos um percurso interpretativo à Prancha 25, focalizando as forças polares entre pagão e cristão, apolíneo e dionisíaco, em síntese dialética nos relevos de Duccio.

https://doi.org/10.24978/mod.v4i3.4569
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