A Virgem Abrideira dos Gozos de Maria da Coleção Ivani e Jorge Yunes
PDF
PDF (English)

Palavras-chave

Virgem Abrideira dos Gozos de Maria
Coleção Ivani e Jorge Yunes
Transculturalidade
História da arte

Como Citar

TATSCH, Flavia Galli. A Virgem Abrideira dos Gozos de Maria da Coleção Ivani e Jorge Yunes: transculturalidade e espaços intermediários. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 5, n. 3, p. 313–372, 2021. DOI: 10.20396/modos.v5i3.8666746. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8666746. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a Virgem Abrideira dos Gozos de Maria pertencente à Coleção Ivani e Jorge Yunes, em São Paulo. Virgens Abrideiras dos Gozos de Maria são esculturas de vulto que possuem um tipo de mecanismo frontal que permite abrir seus corpos totalmente ou apenas em parte, revelando cenas marianas em seu interior. Existem três exemplares ibéricos, dos séculos XIII e XIV, que se encontram em acervos nas cidades de Allariz, Évora e Salamanca. Apesar dos temas entalhados em seu interior, a Abrideira da Coleção Yunes foi elaborada em outro espaço temporal e geográfico (em alguma possessão ibérica no Extremo Oriente). Na falta de exemplares similares que pudessem conduzir a análise, esta pesquisa procurou vislumbrá-la à luz das imaginárias resultantes dos encontros culturais entre europeus e asiáticos, como a indo-portuguesa, singalesa, hispano-filipina ou chinesa. Os enigmas que cercam os fatores de sua produção levantaram questões a respeito das fronteiras impostas pela historiografia ― como taxonomias e categorias etnocêntricas ― e apontaram para a necessidade de se pensar a transculturalidade e os espaços “intermediários”.

https://doi.org/10.20396/modos.v5i3.8666746
PDF
PDF (English)

Referências

BARROCA, M. J. Testemunhos góticos da Arte do Marfim. In: ALMEIDA, C.A.F; BARROCA, M.J. História da Arte em Portugal – O Gótico. Lisboa: Editorial Presença, 2002, p. 271-275.

BHABHA, H. The Third Space. In: RUTHERFORD, J. (Ed.). Identity. Community, Culture, Difference. Londres: Lawrence & Whishart, 1990, p. 207-221.

BHABHA, H. O local da cultura. 2 ed.. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2019.

CLARK, J. The Virgin Mary and Catholic Identities in Chinese History. Hong Kong: Hong Kong University Press, 2013.

DISALVO, S. Los VII goyos de La Virgen en las Cantigas de Santa María y La tradición de los gaudia en la poesía medieval latina y Vernácula. Centro de Estudos Portugueses, [S.l.], v. 32, n. 47, p. 39-66. Disponível em: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/cesp/article/view/6444/9683. Acesso em: 3 jun. 2018.

ESTELLA MARCOS, M. La escultura del marfil en España. Románica y Gótica. Madri: Editora Nacional, 1984.

FILGUEIRA VALVERDE, J. Las Cantigas de Santa Maria. In: FILGUEIRA VALVERDE, J.; GUERRERO LOVILLO, J.; LAMANÃ, J. M; LLORENS CISTERÓ, J. Cantigas de Santa Maria de Alfonso X el Sabio. Colección Monumentos Históricos de la Música Española MEC 1022 – 1023. Madrid: Servicio de Publicaciones del Ministerio de Educación, 1996, p. 53- 104.

FLOOD, F. B. Objects of Translation. Material Culture and Medieval “Hindu-Muslim” Encounter. Princeton e Oxford: Princeton University Press, 2009.

FLOOD, F. B. ; JOSELIT, D.; NAGEL, A.; RUSSO, A., WANG, E.; WOOD, C.; YIENGPRUKSAWAN, M. Roundtable. The Global Before Globalization. October. Massachusetts: The MIT Press, v. 133, 2010, p. 3-19. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/40926714. Acesso em: 5 jan. 2019.

FOXWELL, C. ‘Merciful Mother Kannon’ and Its audiences. The Art Bulletin, v. 92, n. 4 (December 2010), p. 326-347. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/29546135. Acesso em: 16 jun. 2014.

FRIES, W. Die Schreinmadonna. Anzeiger des Germanischen Nationalmuseums, 1928-1929. Disponível em: https://journals.ub.uni-heidelberg.de/index.php/azgnm/article/view/35807/29457. Acesso em: 14 mai. 2020.

GONZÁLEZ HERNANDO, I. Las Vírgenes Abrideras Durante la Baja Edad Media y su proyección posterior. In: GARCÍA MAHÍQUES, R.; ZURIAGA SENENT, V. F. (Eds.). Imagen y Cultura. La Interpretación de las imágenes como Historia Cultural, v. 1. Valencia: Biblioteca Valenciana, 2008, p. 817-832.

GONZÁLEZ HERNANDO, I. El arte bajomedieval y su proyección. Temas, funciones y contexto de las Vírgenes abrideras tríptico. [S/I]: Editorial Académica Española, 2011.

ILKO, K. “Caterina Vilioni’s tomb in Yangzhou”. In: Smarthistory, 14 de abril de 2021. Disponível em: https://smarthistory.org/caterina-vilioni-tomb-yangzhou. Acesso em: 17 ago. 2021.

KATZ, M. Non-gendered appeal of Vierge Ouvrante sculpture. In Martin, T. (Ed.). Reassessing the Roles of Women as ‘Makers’ of Medieval Art and Architecture. v.1. Leiden: Koninklijke Brill, 2011, p. 37-91.

KATZ, M. Behind Closed Doors: Distributed Bodies, Hidden Interiors, and Corporeal Erasure in “Vierge Ouvrante” Sculpture. RES: Anthropoloty and Aesthetics, n. 55/56. Absconding (Spring-Autumn, 2009), p. 194-221. Disponível em: http://www.jstor.org/stble/25608844. Acesso em: 3 set. 2013.

LEVENSON, J. A. Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th & 17th Centuries. Washington: Freer Gallery of Art and Arthur M. Sacler Gallery, 2007. Catálogo de exposição. 14 de junho – 16 de setembro, National Museum of African Art.

LOPES, R. O. Arte e alteridade: confluências da arte cristã na Índia, na China e no Japão, século XVI a XVIII. Tese de doutoramento – Faculdade de Belas Artes. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2011. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/4686. Acesso em: 2 de nov. 2019.

MEEGAMA, S. A. The local and the global: the multiple visual worlds of ivory carvers in early modern Sri Lanka. In: BIEDERMANN, Z.; STRATHERN, A. Sri Lanka at the Crossroads of History. London: UCL, 2017, p. 113-140. Disponível em: www.jstor.org/stable/j.ctt1qnw8bs.11. Acesso em: 15 abr. 2021.

OLSON, M.G. Mary on the Moon. Ivory statuettes of the Virgin Mary from Goa and Sri Lanka. In: HUTTON, D.S e BROWN, R.M (Ed.). Rethinking Place in South Asian and Islamic Art, 1500-Present. Oxon e Nova York: Routledge, 2017, p. 97-114.

PURTLE, J. “The Far Side: Expatriate Medieval Art and Its Languages in Sino-Mongol China”. In: CASKEY, Jill; COHEN, A. S.; SAFRAN, L. (Eds.). Confronting the Borders of Medieval Art. Leinde, Boston: Brill, 2011, p. 167-197.

RÉAU, Louis. Iconographie de L’Art Chrétien. Tome second. Iconographie de la Bible II Nouveau Testament. Paris: Presses Universitaires de Frances, 1957.

SANCHEZ REYES, G; GONZÁLEZ HERNANDO, I. De la virgen abridera de Felipe II a las abrideras de Indias: el descubrimiento de dos esculturas en México. Boletín de Monumentos Históricos. Tercera Época, n. 34, mayo-agosto, 2015, p. 6-28.

TIRAPELI, P. Coleção Ivani e Jorge Yunes: iconografias das imagens de marfins. In: LÚZIO, J. e COUTINHO, M.I.L. (curadores). Sagrado Marfim: o avesso do avesso. São Paulo: Museu de Arte Sacra, 2018, p. 79-103.

TATSCH, F.G. In: SOUZA, A. M; COUTO, J. T.; NASCIMENTO, R. C. S. Caderno de Resumos do III Seminário Internacional Mundos Ibéricos: História Poder e Cultura. Goiânia: UFG/PUC-Goiás, 2018. Disponível em: https://iiimundosibericos.wixsite.com/seminario/anais.

TRENS, M. “Virgen abridera”. In: TRENS, M. Iconografía de la Virgen en el arte español. Madri: Plus Ultra, 1947, p. 481-524.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Flavia Galli Tatsch

Downloads

Não há dados estatísticos.