Resumo
A mostra A Mão do Povo Brasileiro foi apresentada pela primeira vez em 1969 na inauguração do novo edifício do Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista. A estratégia curatorial e expográfica, elaborada pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi, propôs a disposição dos artefatos em núcleos temáticos, sugerindo uma taxonomia da cultura material brasileira. Em 2016, após uma reestruturação administrativa e conceitual no MASP, a mostra foi remontada, na mesma sala de exibição, respeitando a expografia e curadoria originais. Este texto tem como objetivo descrever como ocorreu a nova encenação para, então, compreender os acionamentos conceituais realizados na ocasião. O método que fundamentou essa investigação foi documental, com levantamento de documentos alocados no Centro de Pesquisa e Documentação do MASP e no Arquivo do Instituto Bardi, além da revisão do catálogo da mostra contemporânea e de textos produzidos pelos(as) curadores(as) e pela crítica. Demonstramos, a partir dessa pesquisa, que a nova apresentação da exposição buscou acionar o conceito de decolonialidade, sustentado não apenas pela exibição de artefatos populares e ordinários no Museu de Arte, mas pela vinculação e relevo dado à Lina Bo Bardi nos discursos elaborados a partir da exposição.
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