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(In) segurança alimentar de comunidades quilombolas do Tocantins
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Palavras-chave

Segurança alimentar. Comunidade rural. Vulnerabilidade social. Quilombola.

Como Citar

MONEGO, Estelamaris Tronco; PEIXOTO, Maria do Rosário Gondim; CORDEIRO, Mariana de Morais; COSTA, Renata Medeiros. (In) segurança alimentar de comunidades quilombolas do Tocantins. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 17, n. 1, p. 37–47, 2015. DOI: 10.20396/san.v17i1.8634798. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8634798. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este estudo buscou identificar a prevalência e alguns determinantes de (In) Segurança Alimentar (IA/SA) nas famílias de 14 comunidades quilombolas do estado do Tocantins (Brasil). Foram estudadas condições de moradia, prevalência de insegurança alimentar obtida pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e participação em programas de alimentação e de transferência de renda. Foram estudadas 696 (83,15%) famílias quilombolas, das 837 (100%) identificadas. A IA esteve presente em 589 (85,1%) famílias. Observou-se que 280 (40,2%) domicílios eram de adobe, apenas 177 (25,4%) possuíam coleta de lixo, 218 (31,3%) dispunham de abastecimento de água e 59 (8,5%) de esgotamento sanitário. Possuíam filtro de água e geladeira 455 (65,6%) e 384 (55,2%) famílias respectivamente. Receberam doação de alimentos 314 (45,8%) famílias e 333 (47,8%) não eram beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF). Apresentaram associação com IA a prática de “queimar ou enterrar o lixo”, “ter abastecimento de água por carro pipa ou diretamente do rio ou córrego”, “ter esgotamento a céu aberto”, “não possuir geladeira” e “ser beneficiário do PBF”. Conclui-se que a situação de insegurança alimentar é altamente prevalente nas comunidades quilombolas, que possuem também precárias condições de vida, sendo urgente a implementação de ações que garantam SA para as mesmas.

https://doi.org/10.20396/san.v17i1.8634798
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