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Tecidos moles (não resistentes): como se fossilizam?
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Palavras-chave

Tafonomia. Fossilização. Paleontologia. Necrólise. Fossil-lagerstätten.

Como Citar

GOBBO, Silvia Regina; BERTINI, Reinaldo J. Tecidos moles (não resistentes): como se fossilizam?. Terrae Didatica, Campinas, SP, v. 10, n. 1, p. 2–13, 2015. DOI: 10.20396/td.v10i1.8637374. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8637374. Acesso em: 7 dez. 2024.

Resumo

A preservação de tecidos moles (não resistentes) desperta atenção pela qualidade dos fósseis preservados, e pela raridade. Este trabalho faz ampla revisão do assunto, desfaz alguns dos mitos correntes sobre fossilização destes materiais, como anaerobiose e soterramento rápido, bem como assinala a relevância do papel da replicagem de estruturas morfológicas por colônias microbianas. No âmbito dos fatores que influenciam a preservação de tecidos não resistentes estão pH, processos de decomposição, soterramento rápido e mineralização rápida por meio de carbonatos ou fosfatos. É possível citar exemplos de fácies sedimentares nas quais há preservação de tecidos não resistentes, como os folhelhos pirobetuminosos, calcários litográficos, folhelhos e diatomitos. Destaca-se o papel das colônias microbianas, tanto na forma de microesferas, como aquelas não-esferulíticas. Os três mitos principais que se procurou desfazer no artigo são: (1) a presença de oxigênio; (2) o soterramento rápido e (3) as colônias microbianas.

https://doi.org/10.20396/td.v10i1.8637374
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