Resumo
Tendo em vista que a variação linguística é recorrente, um sentido dicionarizado marcado em função de sua variação diatécnica (HAUSMANN, 1977 apud WELKER, 2004) poderá guiar a escolha do tradutor, sobretudo aqueles em formação, com o intuito de ressaltar que uma determinada lexia deve ser utilizada em um contexto de uso singular e restrito. A partir disso, neste artigo, evidenciamos as relações entre Tradução e Terminologia sob a perspectiva da tradução especializada e da análise de questões terminológicas que os tradutores enfrentam, bem como estratégias e recursos mais adequados para saná-los, dentre eles, o olhar para as marcas de uso diatécnicas em verbetes de dicionários. Baseando-nos em Fajardo (1997), Strehler (1998), Garriga Escribano (2003) e Welker (2004), analisamos as marcas de uso que evidenciam um domínio especializado por meio da linguagem técnica presentes em unidades lexicográficas e seus respectivos equivalentes terminológicos em obras dicionarísticas escolares bilíngues impressas e on-line produzidas pelo grupo Michaelis que compõem o corpus deste estudo. Por fim, enfatizamos que as marcas de uso presentes em microestruturas de dicionários são uma forte aliada ao processo tradutório e apresentamos os diferentes graus de envolvimento terminológico que os tradutores podem se deparar durante o processo tradutório de seus textos. (Apoio: CAPES – DS/CNPq – PD 2).
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