Banner Portal
O Poetry Slam no ensino de língua espanhola
PDF

Palavras-chave

Poetry Slam
Ensino de espanhol
Letramento literário
Interculturalidade
Decolonialidade

Como Citar

SOUZA, Fabiana Oliveira de. O Poetry Slam no ensino de língua espanhola: uma proposta para o letramento literário crítico. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 60, n. 3, p. 645–658, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8666272. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O poetry slam é um gênero artístico-literário que surgiu em 1986, nos Estados Unidos, e que tem conquistado inúmeros adeptos no Brasil, tendo chegado ao país em 2008. A partir de 2015, o Slam da Guilhermina, segundo coletivo brasileiro a ser criado, passa a organizar o Slam Interescolar SP, campeonato de poesia falada que já reuniu centenas de escolas públicas da cidade de São Paulo ao longo destes anos, contando com a participação de estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Assistindo a algumas dessas competições, é possível observar sua capacidade de mobilização da comunidade escolar, que se reúne em torno de um expressivo número de alunos que se dispõem a produzir e compartilhar suas poesias, por meio das quais problematizam temas diversos, o que torna o slam um forte aliado no processo de formação cidadã desses sujeitos. Com base nesses dados, este trabalho apresenta uma proposta de inserção, nas aulas de Língua Espanhola, do poetry slam realizado em países hispanofalantes, reproduzindo a experiência do Slam Interescolar SP, com o objetivo de desenvolver um letramento literário crítico (COSSON, 2009; STREET, 2014; DUBOC, 2014; MARINS-COSTA, 2016) e um ensino ancorado nas perspectivas intercultural (PARAQUETT, 2011, 2012; MATOS, 2018) e decolonial (QUIJANO, 2000; GROSFOGUEL, 2008; MATOS; SILVA JÚNIOR, 2019), incentivando um maior engajamento discente nas práticas de leitura. Como se trata ainda de uma proposta, espera-se que ela seja adaptável a diversas instituições de ensino que ofereçam essa disciplina, respeitando-se suas respectivas peculiaridades.

PDF

Referências

º SLAM Interescolar SP - Isaac Quaresma - 1º Lugar. (2016). 1 vídeo (3min 43s). Publicado pelo canal Slam da Guilhermina. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BSUOFerCm3A&feature=emb_logo. Acesso em: 22 jun. 2020.

ALCALDE, E. (2016). Slam na Educação: a poesia escrita com giz e dita com o coração. In: ASSUNÇÃO, C. et al. (orgs.). Slam da Guilhermina: três ponto zero. 1.ed. São Paulo: Slam da Guilhermina, p. 6-11.

ALCALDE, E. (2020). Podcast Podfalar: Episódio 2 – Poesia e Educação. Disponível em: https://ims.com.br/convida/acao-educativa/emerson-alcalde/. Acesso em: 18 set. 2020.

ALCALDE, E. (2021). De Belleville ao Romano: o Slam da Guilhermina vai às escolas. In: ASSUNÇÃO, C. A.; JESUS, E. A.; SANTOS, U. S. (orgs.). Das ruas para as escolas, das escolas para as ruas: Slam Interescolar SP. São Paulo: LiteraRua, p. 14-17.

AMORIM, M. A. de; SILVA, T. C. da. (2019). O ensino de literaturas na BNCC: discursos e (re)existências possíveis. In: GERHARDT, A. F. L. M.; AMORIM, M. A. de (orgs.). A BNCC e o ensino de línguas e literaturas. 1ed. Campinas: Pontes, p. 153-179.

ASSUNÇÃO, C. A.; JESUS, E. A.; SANTOS, U. S. (orgs.). (2021). Das ruas para as escolas, das escolas para as ruas: Slam Interescolar SP. São Paulo: LiteraRua.

BALLESTRIN, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117.

BAPTISTA, L. M. T. R. (2019). (De)Colonialidade da linguagem, lócus enunciativo e constituição identitária em Gloria Anzaldúa: uma “new mestiza”. Polifonia, Cuiabá-MT, v. 26, n.44, p. 123-145.

BOHN, H. I. (2000). Os aspectos ‘políticos’ de uma política de ensino de línguas e literaturas estrangeiras. Linguagem & Ensino, v. 3, n. 1, p. 117-138.

BRASIL. (2018). Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: 26 nov. 2020.

CADILHE, A. J.; LEROY, H. R. (2020). Formação de professores de língua e decolonialidade: o estágio supervisionado como espaço de (re)existências. Calidoscópio, v. 18, n. 2, p. 250-270.

COSSON, R. (2009). Letramento literário: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Contexto.

DUBOC, A. P. (2014). Letramento crítico nas brechas da sala de aula de línguas estrangeiras. In: TAKAKI, N. H.; MACIEL, R. F. (orgs.). Letramentos em terra de Paulo Freire. Campinas: Pontes Editores, p. 195-207.

EDUCAÇÃO em Liberdade - Slam da Guilhermina e Slam Interescolar, com Emerson Alcalde. (2020). 1 vídeo (23min 49s). Publicado pelo canal Curadoria Hilst. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YLNEbW4rRfY&feature=emb_logo. Acesso em: 28 nov. 2020.

ÉMERY-BRUNEAU, J.; YOBÉ, V. (2014). El slam en Quebec: de práctica social a objeto de enseñanza. Impossibilia - Revista Internacional de Estudios Literarios, Dimensiones de la literatura infantil y juvenil, Granada, n. 8, p. 247-268.

ESTRELA D’ALVA, R. (2011). Um microfone na mão e uma ideia na cabeça – o poetry slam entra em cena. Synergies Brésil, n° 9, p. 119-126.

EVELYN Giovana - campeã do Slam Interescolar 2018. (2020). 1 vídeo (2min 21s). Publicado pelo canal Slam da Guilhermina. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_7VLbBkYwcw. Acesso em: 28 nov. 2020.

FABRÍCIO, B. F. (2006). Lingüística Aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, p. 45-65.

FINNEGAN, R. (2005). The How of Literature. Oral Tradition, v. 20, n. 2, p. 164-187.

GROSFOGUEL, R. (2008). Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: Transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global, Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p. 115-147.

KLEIMAN, A. (2013). Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Linguística Aplicada na Modernidade Recente - Festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, p. 39-58.

LA POESÍA en el cuerpo. (2012). Clarín, Buenos Aires, 15 de fevereiro de 2012. Revista Ñ – Literatura. Disponível em: https://www.clarin.com/literatura/slam-poesia-oralidad_0_H1wQbKP3PXe.html. Acesso em: 02 ago. 2019.

MARINS-COSTA, E. G. (2016). Letramento crítico: contribuições para a delimitação de um conceito. In: BAPTISTA, L. M. T. R. (org.). Autores e produtores de textos na contemporaneidade: multiletramentos, letramento crítico e ensino de línguas. 1ed. Campinas: Pontes, p. 19-42.

MARINS-COSTA, E. G. (2020). Afinal, o que é letramento crítico? Palestra (live). Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense.

MATOS, D. C. V. S. (2018). O professor de espanhol como agente intercultural e as articulações necessárias na elaboração de materiais didáticos. In: MATOS, D.; PARAQUETT, M. (orgs.). Interculturalidade e identidades: formação de professores de espanhol. Salvador: Edufba, p. 17-34.

MATOS, D. C. V. S.; SILVA JÚNIOR, A. C. (2019). Linguística Aplicada e o SULear: práticas decoloniais na educação linguística em espanhol. Revista Interdisciplinar Sulear, Ano 2, Nº 2, p. 101-116.

MOITA LOPES, L. P. (org.). (2006). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola.

NEVES, C. A. B. (2017). Slams – Letramentos literários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112.

NEVES, C. A. B. (2021). Letramentos literários em travessias na Linguística Aplicada: ensino transgressor e aprendizagem subjetiva da literatura. In: LIMA, E. Linguística aplicada na Unicamp: travessias e perspectivas. 1.ed. Bauru, SP: Canal 6 Editora, p. 65-88.

PARAQUETT, M. (2010). Multiculturalismo, interculturalismo e ensino/aprendizagem de espanhol para brasileiros. In: BARROS, C. S.; COSTA, E. G. M. (orgs.). Espanhol: ensino médio. (Coleção Explorando o Ensino; v. 16). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, p.137-156.

PARAQUETT, M. (2011). La interculturalidad en el aprendizaje de español en Brasil. In: IV CONGRESO INTERNACIONAL DE FIAPE, 2011. Actas [...]. Madri: RedELE, p. 1-14.

PARAQUETT, M. (2012). A língua espanhola e a linguística aplicada no Brasil. Revista Abehache. São Paulo: ABH, v. 1, n. 2, p. 225-239.

PHELAN, P. (2011). Ontología del performance: representación sin reproducción. In: TAYLOR, D.; FUENTES, M. (eds.). Estudios avanzados de performance. México: FCE, Instituto Hemisférico de Performance y Política, Tisch School of the Arts, New York University, p. 91-121.

QUIJANO, A. (2000). Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (comp.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, p. 201-246.

RAJAGOPALAN, K. (2005). O grande desafio: aprender a dominar a língua inglesa sem ser dominado por ela. In: JORDÃO, C.; GIMENEZ, T; ANDREOTTI, V. (orgs.). Perspectivas educacionais e o ensino de inglês na escola pública. Pelotas: Educat, p. 37-48.

SCHMIDT, R. T. (2008). Centro e margens: notas sobre a historiografia literária. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, nº 32. Brasília, p. 127-141.

SILVA JÚNIOR, A. F.; ERES FERNÁNDEZ, G. (2019). Ausência da língua espanhola na Base Nacional Comum Curricular: quais implicações esperar? In: GERHARDT, A. F. L. M.; AMORIM, M. A. de (orgs.). A BNCC e o ensino de línguas e literatura. 1ed. Campinas: Pontes, p. 181-208.

SOUZA, A. L. S. (2011). Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola.

STREET, B. V. (2014). Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação Tradução: Marcos Bagno. São Paulo: Parábola.

WALSH, C. (2009). Interculturalidad, Estado y Sociedad: luchas (de)coloniales de nuestra época. Quito, Universidad Andina Simón Bolívar: Editorial Abya-Yala.

WALSH, C. (2013). Introducción – Lo pedagógico y lo decolonial: entretejiendo caminos. In: C. WALSH (ed.). Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo I. Quito-Ecuador: Ediciones Abya-Yala, p. 23-68.

ZEA, L. (2005). Discurso desde a marginalização e a barbárie; seguido de A filosofia latino-americana como filosofia pura e simplesmente. Tradução: Luis Gonzalo Acosta Espejo et al. Rio de Janeiro: Garamond.

ZUMTHOR, P. (2014). Performance, recepção, leitura. Tradução: Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. 1ª ed. São Paulo: Cosac Naify.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Trabalhos em Linguística Aplicada

Downloads

Não há dados estatísticos.