Resumo
Este texto apresenta e discute um percurso particular de estudos sobre a relação dos alunos e suas dificuldades com a Matemática como uma possibilidade de investigação na área de Educação Matemática. Tomam-se como referência três estudos que, junto a outros, nessa área, investigam: como se articulam os interesses dos alunos, suas representações, suas experiências sensíveis e “suas lógicas” com o conhecimento matemático; que dificuldades são geradas nesse processo e o que elas informam aos processos de formação docente. Um dos estudos, ainda em andamento, objetiva caracterizar, mapear e compreender a relação de alunos de um grande centro urbano e suas dificuldades com a Matemática e discutir o peso do contexto social, das exigências curriculares do sistema de ensino em questão e das negociações entre quem ensina e quem aprende Matemática. Ao destacar questões, focos, estratégias, metodologias e resultados das pesquisas, explicita-se também um conjunto de elementos que permitem entrever contribuições da atividade de pesquisa, o impacto de políticas educativas para o ensino de Matemática e as relações entre ambas.Referências
ABREU, G. A teoria das representações sociais e a cognição matemática. Quadrante: revista teórica de investigação, Lisboa, v. 4, n. 1, pp. 25-41, 1995.
BACHELARD, G. La formation mathématique des institueurs avec ouverture sur l’informatique. Paris: CEDIC, 1977.
BARROS, António M. Cognições pessoais e rendimento na matemática: um programa de recuperação de alunos com dificuldades. Estudos de Psicologia, Lisboa, v. 12, n. 2, pp. 15-26, 1995.
BARROS, A. M.; ALMEIDA, L. S. Dimensões sócio-cognitivas do desempenho escolar. In: ALMEIDA, L. S. (Ed.). Cognição e aprendizagem escolar. Porto: Associação dos Psicólogos Portugueses, 1991.
BROUSSEAU, G. Les obstacles espistemologiques et les problemes en Mathematiques. Recherches en Didactique des Mathematiques, Grenoble, v. 4, n. 2, 1983, p. 165-198.
CENTENO-PÉREZ, J. Números Decimales: Porque e para que?. Madrid: Editorial Sintesis, 1994.
CHATEAURAYNAUD, F. L’épreuve du tangible: experiences de l’enquête et surgissements de la preuve. In: KARSENTI, B.; QUÉRÉ, L. La croyance et l’ enquête. Aux sources du pragmatisme. Paris: EHESS, 2004. p. 167-104. Série Raisons pratiques, v. 15.
DOMITE, M. C. S. ; FERREIRA, Rogério; RIBEIRO, J. P. M. (Org.). Etnomatemática: papel, valor e significado. São Paulo: Zouk, 2004. 287 p.
ERNEST, P. (1994). Variedades de constructivismo: Sus metáforas, epistemologías e implicaciones pedagógicas.. Hiroshima Journal of Mathematics Education 2: 1-14. [Traducción de Juan D. Godino.
FERNANDES, E. Fazer matemática compreendendo e compreender Matemática fazendo: a apropriação de artefatos da matemática escolar. Quadrante: revista teórica de investigação, Lisboa, v. 9, n. 1, pp. 49-86, 2000.
GARCIA, BLANCO M. M. El aprendizaje del estudiante para profesor de matemática desde la naturaleza situada de la cognición: implicaciones para la formación inicial de maestros. In: CORRAL, C.; ZURBANO, E. (Ed.). Propuestas metodológicas y de evaluación en la formación inicial de los profesores del área de Didáctica de la Matemática. España: Universidad de Oviedo, 2000.
GÓMEZ-CHACÓN, Ines M. Matemáticas y contexto: enfoques y estrategias para el aula. Madrid: Nancea, S.A. Ediciones, 1998.
GÓMEZ-GRANELL, C. Rumo a uma epistemologia do conhecimento escolar: o caso da Educação Matemática. RODRIGO, M. J. e ARNAY, J.(Orgs.) Domínios do conhecimento, prática educativa e formação de professores: a construção do conhecimento escolar. São Paulo: Editora Ática, 2002.
LACASA, Pilar. Aprender en la escuela, aprender en la calle. Madrid: Visor, 1994.
LAVE, Jean. e WENGER, Ettienne. Situated Learning. Legitimate Peripheral Participation. Cambridge University Press, 1991.
MIRANDA, A.; FORTES, C.; GIL, D. Dificultades del aprendizaje de las matemáticas: un enfoque evolutivo. Málaga: Ediciones Aljibe, 1998.
MAURIN, E. La nouvelle question scolaire. Paris: Le Seuil, 2007.
SÁ, Celso Pereira. Núcleo central das representações sociais. Petrópolis: Vozes, 1996.
SÁNCHEZ, Maria Victoria. Dificultades específicas en el aprendizaje de lãs fracciones: estúdio de casos: implicaciones para la formación de maestros. En María del Carmen Chamorro Plaza (dir) Dificultades del aprendizaje de las matemáticas Madrid: Ministerio de Educación, Cultura y Deporte,Subdirección Genera de información y Publicaciones, 2001.
SANTOS, V. de M. Percursos em Educação Matemática: ensino, aprendizagem e produção de conhecimento. Tese (Livre-Docência) — Faculdade de Educação da USP, São Paulo, 2008a.
SANTOS, V. de M. A matemática escolar, o aluno e o professor: paradoxos aparentes e polarizações em discussão. Cadernos CEDES — Unicamp, Campinas, v. 28, p. 13-28, 2008b.
SANTOS, V. de M. Dificuldades de aprendizagem em Matemática em contextos urbanos: tensão e negociação entre exigências curriculares e o que é tangível aos alunos. Programa de Estudos em colaboração: Faculdade de Educação da USP/École de Hautes Études en Sciences Sociales - Paris, 2009.
SANTOS, V. de M.; NACARATO, A. M. (Org.). Educação Matemática e políticas públicas. São Paulo: FEUSP/Anped, 2008. v. 1. 82 p. E-livro. Disponível em: . Acesso em: 06/04/2009.
SANTOS, V. de M.; TEIXEIRA, Leny Rodrigues Martins; MORELATTI, M. R. M. Professores em formação: as dificuldades de aprendizagem em matemática como objeto de reflexão. Revista de Educação Matemática, v. 10, p. 17-27, 2007.
SANTOS, V. de M.; TRABAL, P. L’enseignement des mathématiques et le rapport au sensible: tension, négociation et difficultés des étudiants. Journées M²Real 2009. Les Mathématiques dans la société. Institut National des Sciences Appliquées (INSA) de Lyon – Centre des Humanités, France, 2009.
SIMÕES, Maria de Fátima. O interesse do auto-conceito em educação. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 2001.
SOCAS, M. Dificultades, obstáculos y errores en el aprendizaje de las Matemáticas en la Educación Secundaria. In: RICO, L. et al. La Educación Matemática en la Enseñanza Secundaria. Barcelona: Ed. Horsori, 1997.
SOCAS, M.; PALAREA, M. Las fuentes de significado, los sistemas de representación y errores en el álgebra escolar. Uno. Revista de Didáctica de las Matemáticas, Barcelona, Editorial Graó, n. 14, pp. 7-24, 1997.
TRABAL, P. La violence de l’ enseignement des mathématiques et des sciences : un autre approche de la sociologie des sciences. Paris: L’ Harmattan, 1997. Coll. Education et formation-série Recherches.
TRABAL, P. Une sociologie de l’enseignement des mathematiques. Le Telemaque, n. 15, p. 57-68, 1999.
VILELA, D. S. Notas sobre a matemática escolar no referencial sóciohistórico-cultural. Horizontes — USF, v. 24, n. 1, p. 43-50, jan./jun. 2006.
VISIER, L.; ZOÏA, G. La carte scolaire et le territoire urbain. Paris : Presses Universitaires de France, 2008.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2014 Zetetiké: Revista de Educação Matemática