Resumo
Este estudo busca analisar como o Letramento Matemático é abordado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A partir da análise textual discursiva, procuramos compreender o conceito de letramento matemático que envolve além da consideração das práticas sociais no ensino, a busca por favorecer um olhar crítico frente às questões sociais. Assim, a relevância deste estudo decorre de considerar o letramento matemático como perspectiva, que busca considerar no ensino da matemática o contexto social e a formação de cidadãos que possuem autonomia para compreender e atuar na realidade. Como se trata de uma indicação normativa, se faz necessário um olhar atento, de modo que a BNCC não seja sinal de retrocesso no trabalho com a matemática. A partir deste estudo, foi possível perceber que a BNCC considera o letramento matemático no texto de apresentação da área, porém, há pouca evidência desta perspectiva nas habilidades indicadas.
Referências
Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
MEC - Ministério da Educação. (2018). Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular. Brasília, DF. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: março/2022.
CNE - Conselho Nacional da Educação. (2017). Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília.
D’Ambrósio, U. (2004). A relevância do projeto Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional – INAF – como critério de avaliação da qualidade do ensino de matemática. In: Fonseca, M. C. F. R. (Org.). Letramento no Brasil: habilidades matemáticas. (pp. 31-46). São Paulo: Global.
D´Ambrósio, U. (2007). Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica.
Flick, U. (2009). Desenho da pesquisa qualitativa. (Trad. Roberto Cataldo Costa). Porto Alegre: Artmed.
Fonseca, M. da C. F. R. (Org.). (2004). Letramento no Brasil: habilidades matemáticas. São Paulo: Global. (Ação Educativa assessoria, Pesquisa e Informação: Instituto Paulo Montenegro).
Fonseca, M. da C. F. R. (2014). Alfabetização Matemática. In: MEC - Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: Apresentação. Alfabetização matemática. (pp.27-32). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.
Lerner, D., & Sadovsky, P. (1996). O sistema de numeração: um problema didático. In: C. Parra & I. Saiz (Orgs.), Didática da Matemática: Reflexões Psicopedagógicas. Tradução por Juan Acuña Llorens. (pp. 73-155). Porto Alegre: Artes Médicas.
Mendes, J. R. (2007). Matemática e práticas sociais: uma discussão na perspectiva do numeramento. In: J. R. Mendes & R. C. Grando (Orgs.), Múltiplos olhares: Matemática e produção de conhecimento. (pp.11-29). São Paulo: Musa.
Passos, C. L. B., & Nacarato, A. M. (2018). Trajetória e perspectivas para o ensino de Matemática nos anos iniciais. Estudos Avançados, 32 (94), 119-135.
SBEM, Sociedade Brasileira de Educação Matemática. (2015). Contribuições da SBEM para a Base Nacional Comum Curricular. Brasília-DF. Disponível em: http://www.sbembrasil.org.br/files/BNCC_SBEM.pdf Acesso em: abril/2018.
Skovsmose, O. (2001). Educação Matemática crítica: a questão da democracia. Campinas: Papirus.
Toledo. M. E. R. de O. (2004). Numeramento e escolarização: o papel da escola no enfrentamento das demandas matemáticas cotidianas. In: M. C. F. R. Fonseca (Orgs.), Letramento no Brasil – Habilidades Matemáticas. São Paulo: Global, Ação Educativa, Instituto Montenegro.
ZABALA, A. (1999). Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Zetetiké