Resumo
Este artigo problematiza o uso das obras Compendio de Pedagogia, de Antonio M. da Silva Pontes, Elementos de Arithmetica, de Cristiano B. Ottoni, e Cours théorique et pratique de pédagogie et de méthodologie, de Thomas Braun na formação de professores de matemática para as "escolas de primeiras letras”, e também o jornal A Instrução Publica, a Revista do Ensino, relatórios dos Presidentes da Província do Rio de Janeiro e do Diretor da Escola Normal. A abordagem teórico-metodológica se inspira em Wittgenstein e Derrida. O corpus manifestou rastros de duas tradições de livros de aritmética: uns destinados à prática mercantil e outros às escolares, alguns destes voltados a formar professores. Quanto às práticas de ensino de aritmética, a partir dos anos 1870, foi recomendado o método intuitivo. Os compêndios integraram o currículo oficial e a estruturação das disciplinas escolares, bem como foram relevantes na formação e institucionalização da escola brasileira no século XIX.
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