Banner Portal
De criação divina a instituição humana
PDF

Palavras-chave

Matemática
Mitos
Cosmologias
Índios xavantes

Como Citar

COSTA, Wanderleya Nara Gonçalves. De criação divina a instituição humana: as relações entre matemática e mitos. Zetetike, Campinas, SP, v. 14, n. 2, p. 7–28, 2006. DOI: 10.20396/zet.v14i26.8647003. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8647003. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

É grande o número de pessoas que concebem a matemática como sendo um conhecimento existente na natureza ou na mente do Criador do universo. A origem dessa crença nos remete às cosmogonias pitagórica e platônica, que procuravam explicar a gênese do mundo e dos seres humanos a partir de uma fundamentação matemática como forma de fugir aos mitos. Hoje, os mitos são tomados como sendo discursos dos homens e mulheres acerca dos problemas que os incomodam e a filosofia da matemática afasta-se a idéia de que a matemática não seja criação humana. Surge, portanto, a possibilidade de estudar as relações entre matemática e mito, partindo justamente do ponto que deveria ser a ruptura entre o lógico e o fantasioso, ou seja, a partir das cosmologias pitagórica e platônica. Finalmente, para reafirmar o íntimo relacionamento entre matemática e mito, mostro a presença da matemática no mito da criação dos índios xavantes.
https://doi.org/10.20396/zet.v14i26.8647003
PDF

Referências

BECKER, Oskar. O pensamento matemático. Sua grandeza e seus limites. São Paulo: Editora Helder. 1965.

BÍBLIA SAGRADA. Gênesis. Edição Pastoral. São Paulo: Paulus. 1990.

BOYER, C. B. História da matemática. Trad. Elza F. Gomide. São Paulo: Edgard Blücher, 1974.

CAMPBELL, J. & MOYERS, B. O mito e o mundo moderno. In: CLARET, M. O poder do Mito. São Paulo: Livro Clipping/ Editora Martin Claret. 2000.

CASTORIADIS, C. As encruzilhadas do labirinto 1. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.

D'AMBROSIO, U. Gaiolas epistemológicas: habitat da ciência moderna. Anais do II Congresso Brasileiro de Etnomatemática. Natal/RN. Abr/2004, p. 138.

DAVIS, P.; HERSH, R. O sonho de Descartes, São Paulo: Difusão Cultural, 1988. DURAND, G. Campos do Imaginário. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.

FERREIRA SANTOS, M. Crepusculário: conferências sobre mitohermenêutica e educação em Euskadi. São Paulo: Zouk, 2004.

FERREIRA, E. S. Etnomatemática: uma proposta Metodológica. Rio de Janeiro: MEM/USU, 1997.

GAUTHIER, Jacques. O que é pesquisar entre Deleuze-Guatarry e o candomblé, pensando o mito, ciência, arte e culturas de resistência. Revista Educação e Sociedade, ano XX, nº 69, dez/1999.

GIACCARIA, B. e HEIDE, A. Xavante, povo autêntico. São Paulo: Ed. Salesiana Dom Bosco, 1984.

GIACCARIA, B. Ensaios, pedagogia xavante. Aprofundamento antropológico. Campo Grande – MS: Missão Salesiana de Mato Grosso, 1990.

GIACCARIA, B. Xavante – ano 2000: reflexões pedagógicas e antropológicas. Campo Grande-MS: UCDB, 2000.

LADRIÈRE, Jean. A articulação do sentido. São Paulo: EPU/Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.

MORIN, Edgar. O Método 3. Porto Alegre: Sulina, 1999 (1a ed. 1986)

SHAKER, Arthur. Romhõsi’wai hawi rowa’õno re ihöimana mono: a criação do mundo segundo os velhos narradores Xavante. 2002. Tese (Doutorado em Ciências Sociais). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP, 2002.

SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T.T. (org.) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.

SOUZA, Eudoro de. Mitologia. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1980.

VERNANT, J. P. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

WHITROW, G. J. O tempo na história: concepções do tempo da pré-história aos nossos dias. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1993.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Copyright (c) 2014 Zetetiké: Revista de Educação Matemática

Downloads

Não há dados estatísticos.