Banner Portal
Caracterização e implementação de tarefas de estatística
PDF

Palavras-chave

Ensino de estatística
Álgebra-Resenha. Formação de professores-Resenha
Tarefas de estatística
Estudo de caso

Como Citar

FERNANDES, José António; CARVALHO, Carolina Fernandes de; RIBEIRO, Sónia Alexandra Lopes. Caracterização e implementação de tarefas de estatística: um exemplo no 7.º ano de escolaridade. Zetetike, Campinas, SP, v. 15, n. 2, p. 27–62, 2007. DOI: 10.20396/zet.v15i28.8647025. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8647025. Acesso em: 6 jul. 2024.

Resumo

Embora nem sempre seguindo um percurso claramente definido, a Estatística vem sendo incluída progressivamente nos programas escolares portugueses e é actualmente estudada em todos os níveis de ensino. Foi neste contexto, em que se assiste a uma crescente importância desta temática, que achámos pertinente investigar o tipo de ensino que é implementado na sala de aula, designadamente no 7.º ano de escolaridade. No estudo participaram três professoras de Matemática do 3.º ciclo do ensino básico e secundário, que leccionavam o 7.º ano de escolaridade, tendo os dados sido recolhidos através da observação das aulas em que foi leccionada a unidade de Estatística do 7.º ano, de um diário de bordo e de duas entrevistas semi-estruturadas às professoras. No presente texto trataremos a questão das tarefas propostas pelas professoras, designadamente a sua contextualização e a sua origem, os objectivos a elas inerentes, as dificuldades sentidas pelos alunos na sua resolução e os aspectos da implementação das tarefas na sala de aula. Neste âmbito, em termos de resultados, destaca-se o recurso a tarefas — nas quais os alunos sentiram muitas dificuldades — com contextualizações diversas, quase sempre fechadas e com origem nas professoras e nos manuais escolares, privilegiando um conhecimento factual e procedimental. Na implementação das tarefas, os alunos trabalharam, quase sempre, individualmente, prevaleceu uma metodologia de ensino tradicional e privilegiou-se uma comunicação expositiva, centrada no professor e enfatizando os conhecimentos e a memorização.
https://doi.org/10.20396/zet.v15i28.8647025
PDF

Referências

ALMEIDA, M. R. Imagens sobre o ensino e a aprendizagem da Estatística. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 2002.

ALVES, C. B; Barbedo, J. & FONSECA, M. G. Probabilidades e Estatística. In: Comissão Organizadora ProfMat 92 (Org.). Viseu: Associação de Profesores de Matemática, 1992. pp. 285-293.

AZARQUIEL, G. Estatística no 3.º ciclo do ensino básico. Lisboa: Associação de Professores de Matemática, 1993.

BALACHOWSKI, M. M. Trends in the statistics classroom since NCTM standards. In: PEREIRA-MENDOZA, L.; KEA, L. S.; KEE, T. W. &. WONG, W. K. (Eds.). Proceedings of the Fifth International Conference on Teaching of Statistics (vol. 1). Vooburg: International Statistical Institute, 1998. pp. 75-76.

BARROS, P. M. & FERNANDES, J. A. Dificuldades de alunos (futuros professores) em conceitos de estatística e probabilidades. In: LOPES, I. J. Silva & FIGUEIREDO, P. (Orgs.).Actas do ProfMat 2001. Vila Real: Associação de Professores de Matemática, 2001. pp. 197-201.

BATANERO, C. Dificultades de los estudiantes en los conceptos estadísticos elementales: el caso de las medidas de posición central. In: LOUREIRO, C. OLIVEIRA, F. & BRUNHEIRA, L. (Orgs.). Ensino e aprendizagem da estatística. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Estatística, Associação de Professores de Matemática, Departamentos de Educação e de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2000. pp. 31-48.

BATANERO, C.; GODINO, J. D.; GREEN, D. R.; HOLMES, P. & VALLECILLOS, A. Errors and difficulties in understanding statistical concepts. International Journal of Mathematics Education in Science and Technology, 25(4), pp. 527-547, 1994.

BOGDAN, R. & BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994. (Tradução portuguesa do original de 1991).

BRANCO, J. Estatística no secundário: o ensino e seus problemas. Jornal de Mathemática Elementar, 191, pp. 10-17, 2000a.

BRANCO, J. Estatística no secundário: O ensino e seus problemas. In: LOUREIRO, C. OLIVEIRA, F. & BRUNHEIRA, L. (Orgs.). Ensino e aprendizagem da estatística. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Estatística, Associação de Professores de Matemática, Departamentos de Educação e de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2000b. pp. 11-30.

BROCARDO, J. & MENDES, F. Processos usados na resolução de tarefas estatísticas. Quadrante, 10(1), pp. 33-58, 2001.

BURRILL, G. Quantitative literacy: leadership training for master teachers. In: HAWKINS, A. (Ed.), Training Teachers to Teach Statistics. Voorburg: International Statistical Institute, 1988. pp. 219-227.

BURRIL, G. & CAMDEN (Eds.). Curricular development in statistics education. Disponível em: htp://www.stat.auckland.ac.nz./~iase/publications.php. Acesso em 24 set.2006.

CABRITA, I. Utilização do manual escolar pelo professor de Matemática. In: CASTRO, R. V. RODRIGUES, A.; SILVA, J. L. & SOUSA, M. L. (Orgs.). Manuais escolares: estatuto, funções, história – Actas do I Encontro Internacional sobre Manuais Escolares. Braga: Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, 1999. pp. 149-160.

CARVALHO, C. Interacção entre pares. Contributos para a promoção do desenvolvimento lógico e do desempenho estatístico no 7º ano de escolaridade. Tese de doutoramento não publicada, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2001.

CARVALHO, C. Um olhar da psicologia pelas dificuldades dos alunos em conceitos estatísticos. In: FERNANDES, J. A. SOUSA, M. V. & RIBEIRO, S. A. (Orgs.). Ensino e Aprendizagem de Probabilidades e Estatística. Actas do 1º Encontro de Probabilidades e Estatística na Escola. Braga: Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, 2004. pp. 85-102.

CARVALHO, C. Desafios à educação estatística. Boletim da Sociedade Portuguesa de Estatística, outubro de 2006.

CARVALHO, C. & CÉSAR, M. Interagir para aprender: Um caso de trabalho colaborativo em estatística. In: SILVA, B. & ALMEIDA, L. (Orgs.). Actas do VI Congresso Galaico Português de Psicopedagogia (vol. 2). Braga: Centro de Estudos em Educação e Psicologia da Universidade do Minho, 2001. pp. 65-80.

CURCIO, F. R. Developing graph comprehension: Elementary and middle school activities. Reston: National Council of Teachers of Mathematics, 1989.

DUNKELS, A. Examples from the in-service classroom. In: HAWKINS, A. (Ed.), Training Teachers to Teach Statistics. Voorburg: International Statistical Institute, 1988. pp. 102-109.

FERNANDES, J. A. & BARROS, P. M. Dificuldades de futuros professores do 1.º e 2.º ciclos em estocástica. In: Actas do V Congresso Ibero-Americano de Educação Matemática (CIBEM) (CD ROM), Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 17-22 de Julho, 2005.

FERNANDES, J. A; SOUSA, M. V. & RIBEIRO, S. A. O ensino de estatística no ensino básico e secundário: Um estudo exploratório. In: FERNANDES, J. A. SOUSA, M. V. & RIBEIRO, S. A. (Orgs.). Ensino e Aprendizagem de Probabilidades e Estatística. Actas do 1.º Encontro de Probabilidades e Estatística na Escola. Braga: Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, 2004. pp. 165-193.

GAL, I. Adults’ statistical literacy: meanings, components, responsibilities. International Statistical Review, 70(1), pp. 1-25, 2002.

GARFIELD, J. & AHLGREN, A. Difficulties in learning basic concepts in probability and statistics: implications for research. Journal for Research in Mathematics Education, 19(1), pp. 44-63, 1988.

GNANADESIKAN, M.; SCHEARFFER, R. L.; WATKINS, A. E. & WITMER, J. A. An activity-based statistics course. Journal of Statistics Education (on line), 5(2), 1997.

KEELER, C. M. & STEINHORST, R. K. Using small groups to promote active learning in the introductory statistics course: a report from the field. Journal of Statistics Education (on line), 3(2), 1995.

LAJOIE, S. P. The use of technology for modelling performance standards in statistics. Role of Technology, Granada, Espanha, 1996. pp. 57-70.

LAJOIE, S. (Ed.) Reflections on statistics: learning, teaching and assessment in grade k-12. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 1998.

MACHADO, I. O insucesso escolar em Matemática no terceiro ciclo do ensino básico: Factores concorrenciais. In: FERNANDES, E. & MATOS, J. F. (Orgs.). Actas do ProfMat 2000. Funchal: Associação de Professores de Matemática, 2000. pp. 265-274.

MACKISACK, M. What is the use of experiments conducted by statistics students? Journal of Statistics Education (on line), 2(1), 1994.

MATOS, J. F. & SERRAZINA, M. L. Didáctica da Matemática. Lisboa: Universidade Aberta, 1996.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Organização curricular e programas – 3.º ciclo do ensino básico. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1991.

NCTM. Normas para o currículo e a avaliação em matemática escolar. Lisboa: APM e IIE, 1991. (Tradução portuguesa do original de 1989).

NICHOLSON, J. & DARNTON, C. Mathematics teachers teaching statistics: What are challenges for the classroom teacher? ISI 54th Session. Berlin, Germany, 2003.

PEREIRA-MENDOZA, L. & SWIFT, J. Por que ensinar estatística e probabilidades. Educação e Matemática, 9, pp. 17-18 e 36, 1989.

PETOCZ, P. & REID, A. Students’ conceptions of statistics: A phenomenographic study. Journal of Statistics Education (on line), 10(2), 2002.

PONTE, J. P. O ensino da matemática na sociedade da informação. Educação e Matemática, 45, pp. 1-2, 1997.

PONTE, J. P. Gestão curricular em Matemática. In: Grupo de Trabalho de Investigação (Org.). O professor e o desenvolvimento curricular. Lisboa: Associação de Professores de Matemática, 2005. pp. 11-34.

PONTE, J. P. & CANAVARRO, A. P. Matemática e novas tecnologias. Lisboa: Universidade Aberta, 1997.

PONTE, J. P. & FONSECA, H. A Estatística no currículo do ensino básico e secundário. In: LOUREIRO,C.; OLIVEIRA, F. & BRUNHEIRA, L. (Orgs.). Ensino e aprendizagem da estatística. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Estatística, Associação de Professores de Matemática, Departamentos de Educação e de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2000. pp. 179-211.

PONTE, J. P. FERREIRA, C. BRUNHEIRA, L.; OLIVEIRA, H. & VARANDAS, J. Investigando as aulas de investigações matemáticas. In: ABRANTES, P. PONTE, J. P. FONSECA, H. & BRUNHEIRA, L. (Orgs.). Investigações matemáticas na aula e no currículo. Lisboa: Projecto Matemática Para Todos e Associação de Professores de Matemática, 1999. pp. 133-151.

RAMSEY, J. B. Why do students find statistics so difficult? Proccedings of the 52th Session of the ISI. Helsinki, 10-18 de agosto, 1999.

RIBEIRO, S. A. O Ensino da Estatística no 7º ano de escolaridade: Caracterização e dificuldades sentidas pelos professores. Dissertação de mestrado não publicada, Universidade do Minho, Braga, 2006.

ROSELLÓ, F. T. Rostro y sentido de la acción educativa. Barcelona: Edebé, 2001. RUMSEY, D. J. Statistical literacy as a goal for introductory statistics courses. Journal of Statistics Education (on line), 10(3), 2002.

RUSSELL, S. Issues in training teachers to teach statistics in the elementary school; a world of uncertainty. In HAWKINS, A. (Ed.). Training Teachers to Teach Statistics. Voorburg: International Statistical Institute, 1988. pp. 59-71.

SANTOS, C. & PEDRO, C. Estatística: utilização de programas de geometria dinâmica. In: LOUREIRO, C. OLIVEIRA, O. & BRUNHEIRA, L. (Orgs.). Ensino e aprendizagem da estatística. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Estatística, Associação de Professores de Matemática, Departamentos de Educação e de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2000. pp. 168-177.

SEGURADO, I. O que acontece quando os alunos realizam investigações matemáticas? In: Grupo de Trabalho de Investigação (Org.). Reflectir e investigar sobre a prática profissional Lisboa: Associação de Professores de Matemática, 2002. pp. 57-73.

SHAUGHNESSY, J. M. Research in probability and statistics: reflections and directions. In: GROWS, D. A. (Ed.) Handbook of research on mathematics teaching and learning. New York: Macmillan Publishing Company, 1992. pp. 465-494.

SKEMP, R. R. Relational understanding and instrumental understanding. Mathematics Teaching, 77, pp. 20-26, 1976.

SOUSA, O. Investigações estatísticas no 6º ano. In: Grupo de Trabalho de Investigação (Org.). Reflectir e investigar sobre a prática profissional. Lisboa: Associação de Professores de Matemática, 2002. pp. 75-97.

STARKINGS, S. Assessing student projects. In: GAL, I. & GARFIELD, J. B. (Eds.). The Assessment Challenge in Statistics Education. Amsterdam: IOS Press, 1997. pp. 139-151.

TAPPIN, L. A. Statistics in a nutshell? Journal of Statistics Education (on line), 8(1), 2000.

VYGOTSKY, L. S. Thought and Language. Massachusetts: Massachusetts Institute of Technology, 1962.

VYGOTSKY, L. S. Mind and society: The development of higher psychological process. Cambridge MA: Harvard University Press, 1978.

WALLMAN, K. Enhancing statistical literacy: enriching our society. Journal of the American Statistical Association, 88(421), pp. 1-8, 1993.

WOOLFOLK, A. E. Psicología Educativa. México: Prentice-Hall Hispanoamericana, 1999.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Copyright (c) 2014 Zetetiké: Revista de Educação Matemática

Downloads

Não há dados estatísticos.