Resumo
O presente artigo objetiva pensar a ideia de formação a partir da perspectiva da filosofia da diferença: O texto mobiliza uma crítica à ideia de formação compreendida ao logo da tradição clássica e toma por meio das inferências de Nietzsche e Deleuze uma ideia de além-formação, esta é compreendida para além dos pressupostos identitários e festeje a transversalidade, a singularidade, o fluxo e a intensidade. Essa perspectiva exercita uma espécie de movimento turbilhonar que não aceita a representação do mero instalado, mas marca o corpo na imanência do acontecimento diferencial que se caracteriza pela aventura da sua existência. Como um corpo que sente e que luta e labuta no eterno jogo de criação. Assim, o grande acontecimento se configura pelo movimento e o aprendizado se faz na sua própria instalação de si, exercendo a multiplicidade, a inocência da criação. Sem determinações ou enclausuramentos. Essa formação pensa a transformação em toda sua potência de vida.
Referências
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