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A interatividade como tecnologia de governo da docência no ensino médio
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Palavras-chave

Docência. Ensino médio. Interatividade. Estudos foucaultianos.

Como Citar

SILVA, Roberto Rafael Dias da. A interatividade como tecnologia de governo da docência no ensino médio. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 15, n. 1, p. 48–66, 2013. DOI: 10.20396/etd.v15i1.1294. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1294. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O presente texto examina os modos contemporâneos de constituição da docência no Ensino Médio no Brasil. Servindo-se das teorizações foucaultianas como inspiração analítica, considerou-se como condição de possibilidade a centralidade dos saberes tecnocientíficos e o advento das condições do capitalismo cognitivo, bem como a inserção da profissão docente no interior das tramas contemporâneas da bioeconomia. Examina-se nesse texto uma das tecnologias de governo que conduzem a docência contemporânea nesta etapa da Educação Básica: a interatividade como modo de pensamento. A mobilização desta tecnologia sugere a constituição de docências interativas, efetivando-se a partir de uma ação pedagógica politicamente útil e economicamente produtiva. Nessa direção, o aprender em rede, o futuro como algo imediato e as profissionalidades interativas são algumas das estratégias mobilizadas no interior dessa tecnologia de governo. A consideração dos professores como um público, assim como a multiplicação dos sentidos ligados à sociedade de aprendizagem, conduzem a produção de “pedagogias de conexão” que, nessa analítica, primam pela formação de docências com condições específicas de pensar, agir e comunicar-se. Enfim, defende-se neste artigo a perspectiva de que a interatividade opera como uma tecnologia de governo otimizadora da constituição contemporânea da docência no Ensino Médio no Brasil.
https://doi.org/10.20396/etd.v15i1.1294
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