Resumo
O objetivo deste artigo é discutir a noção de inclusão digital a partir da problematização da internet como um campo de lutas, onde se dá tanto a produção do comum pela multidão e a constituição de novos espaços de liberdade, quanto a ação de mecanismos de controle e de vigilância eletrônica que visam privatizar o comum e assujeitar os indivíduos. Sugere-se uma ampliação na noção de inclusão digital, superando um entendimento restrito à disponibilidade de acesso, ao letramento digital e à capacitação para o adequado uso dos recursos e incluindo a instrumentalização dos indivíduos com conhecimentos técnicos sobre o funcionamento da internet. Pretende-se com isso construir uma cidadania digital que possibilite a participação política efetiva na esfera das tecnologias digitais. Indica-se, ainda, a conveniência de realizar essa ação por meio das escolas, deslocando a noção de uma inclusão digital voltada para classes desfavorecidas para algo necessário a todos os alunos.
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