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Da detecção de sinais de risco para autismo à intervenção precoce
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Palavras-chave

Transtorno do espectro autista
Intervenção precoce
Abordagem desenvolvimentista

Como Citar

MANSUR, Odila Maria Ferreira de Carvalho; NUNES, Leila Regina d’Oliveira de Paula. Da detecção de sinais de risco para autismo à intervenção precoce. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 22, n. 1, p. 50–67, 2020. DOI: 10.20396/etd.v22i1.8655516. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8655516. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, bem como padrões de comportamentos repetitivos e interesses restritos. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da aplicação de um programa de ensino por pais/cuidadores sobre o desempenho de seu filho. Participaram uma menina de 18 meses, com TEA, e sua cuidadora. Trata-se de pesquisa quase experimental, intrassujeitos, do tipo AB (linha de base, tratamento e follow-up). Foi conduzido um programa individualizado para ensinar a cuidadora a utilizar procedimentos lúdicos, visando promover a interação social e o aumento de turnos interacionais dos participantes. Os desempenhos foram registrados em sessões semanais de 40 min, por um ano. Os dados das respostas da cuidadora foram submetidos ao Tau-U. Esta estatística, não paramétrica, revelou que nem todas as respostas da cuidadora, na fase de intervenção, mostraram fortes efeitos do tratamento, enquanto outros atestaram a robustez do mesmo. Com 95% de probabilidade de acerto, os procedimentos de intervenção afetaram significativamente as seguintes respostas : “usar músicas infantis” e “fazer um comentário engraçado ou elogioso para que a criança voltasse a brincar”. Na fase de intervenção houve  aumento considerável de iniciativas de Izabel e de respostas da cuidadora, assim como das diversas modalidades de respostas  de ambas. Assim, o programa de formação da cuidadora influenciou de forma significante a frequência de turnos e as modalidades de respostas da criança; e que a intervenção, via cuidadora, orientada por profissional, pode ser efetiva e apropriada ao contexto socioeconômico brasileiro.

 

https://doi.org/10.20396/etd.v22i1.8655516
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