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Letras negras, páginas brancas: as imagens do negro entre a historiografia e o ensino de história (Brasil, segunda metade do século XX)
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Palavras-chave

Educação. História. Historiografia brasileira.

Como Citar

RIBEIRO, Renilson Rosa. Letras negras, páginas brancas: as imagens do negro entre a historiografia e o ensino de história (Brasil, segunda metade do século XX). ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 15, n. 2, p. 281–299, 2013. DOI: 10.20396/etd.v15i2.1283. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1283. Acesso em: 30 abr. 2024.

Resumo

O debate sobre as imagens do negro nos livros didáticos História produzidos no Brasil na segunda metade do século XX nos remete à análise das principais interpretações historiográficas desenvolvidas sobre a escravidão no mesmo período. Estas abordagens historiográficas, de uma forma ou de outra, têm influenciado a leitura dos autores de livros didáticos da área de História no que concerne a esta temática. Neste sentido, o presente trabalho irá abordar as representações do negro forjadas pelo discurso histórico a partir do diálogo com os saberes da história acadêmica e escolar no período. Ao longo deste ensaio iremos apresentar as duas matrizes interpretativas recorrentes – Gilberto Freyre (“democracia racial”) e Florestan Fernandes (“denúncia da violência da escravidão e do racismo”) – sobre a temática da escravidão e do negro, procurando estabelecer as suas diferenças, pontos de embate e os desdobramentos de suas teses no ensino de História.

https://doi.org/10.20396/etd.v15i2.1283
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