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A constituição do sujeito no tempo empírico e a memória transcendental: Deleuze leitor de Hume e Proust
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Palavras-chave

Hábito. Memória. Repetição. Tempo. Diferença.

Como Citar

FORNAZARI, Sandro Kobol. A constituição do sujeito no tempo empírico e a memória transcendental: Deleuze leitor de Hume e Proust. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 12, n. 1, p. 46–63, 2010. DOI: 10.20396/etd.v12i1.841. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/841. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Partindo da interpretação deleuziana do empirismo de Hume, o artigo visa a apreender a elaboração por Deleuze da primeira síntese do tempo, a síntese do hábito, a partir da constituição de um sujeito que contempla e contrai as percepções sensíveis, ultrapassando o dado a partir da ação de princípios que lhe são exteriores. A contração do passado e a expectativa em relação ao futuro são as duas dimensões do mesmo presente vivido. É pela contração pelo hábito que a repetição produz uma diferença no espírito e assim nos produz como sujeitos. Sobre a síntese passiva do hábito virão desdobrar-se as sínteses ativas da memória e da reflexão. Desde a análise da obra de Proust, Deleuze desenvolve, então, o tema desse encontro com o fora como a produção no sujeito de uma capacidade de explicitar o sentido do que se apresenta como um signo, o que implica ultrapassar as ilusões objetivistas e subjetivistas e a busca do sentido numa diferença interiorizada que é o próprio ser em si do passado. Daí decorre ir para além da dimensão empírica do tempo e encontrar uma nova síntese do tempo, a síntese transcendental da memória, em que o passado não sucede ao presente, mas coexiste com ele.

https://doi.org/10.20396/etd.v12i1.841
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Referências

DELEUZE, G. Diferença e repetição. Trad. Luiz Orlandi; Roberto Machado. Rio de Janeiro, RJ: Graal, 1988.

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HUME, D. Tratado da natureza humana. Trad. Déborah Danowski. São Paulo, SP: UNESP, IOE, 2001.

PROUST, M. Nos caminhos de Swann. Trad. Mário Quintana. São Paulo, SP: Abril Cultural, 1979.

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